Acredite ou não, o local virou atração turística por conta de seu perigo
É difícil imaginar que um lugar chamado "Estrada da Morte" seja um destino turístico particularmente atrativo.
Surpreendentemente, porém, esse caminho, que fica localizado na Bolívia e serpenteia através de uma montanha de 4.700 metros de altura, é percorrido por centenas de ciclistas em busca de adrenalina todos os anos.
No passado, era usado por veículos, porém os constantes acidentes envolvendo tanto carros quanto ônibus fizeram com que o governo do país construísse uma alternativa mais segura no ano de 2007.
Antes disso, é estimado que por volta de 200 e 300 pessoas morriam todo ano na Estrada da Morte, de acordo com informações documentadas pelo g1 em 2014.
É possível argumentar ainda que as autoridades bolivianas demoraram para tomar uma atitude em relação ao caminho, uma vez que ele já havia sido declarado o mais perigoso do globo no ano de 1995 pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
De forma contraintuitiva, inclusive, esse título pouco lisonjeiro foi o que deu o impulso inicial no aumento da popularidade do local entre os turistas.
A estrada possui 64 quilômetros de extensão, e durante toda essa distância, sua largura não ultrapassa três metros. A maior parte do caminho é uma decida ladeada por penhascos de até 600 metros de altura. Apenas essas informações são o suficiente para justificar a quantidade de acidentes que já ocorreram ali.
No entanto, existem outros aspectos que contribuem para o perigo da Estrada da Morte, como a possibilidade constante de deslizamento de rochas, e ainda o fato que alguns pontos do caminho são altos o suficiente para alcançarem as nuvens, o provoca uma grande queda na visibilidade.
Já para quem gosta de emoção, no entanto não quer se arriscar tanto, é possível cruzar a rota da maneira relativamente segura, basta contar com a ajuda de um guia que conhece bem o terreno — ou ao menos é o que a companhia Gravity Bolivia, que já ajuda curiosos a passarem pela experiência desde o ano de 1998, defende em seu site.
Tem que descer com cuidado, não como um louco. Se for rápido demais ou com muito medo o ciclista pode sofrer uma queda grave. Mas quando a pessoa vai com calma e foca a atenção o tempo todo, a descida é fácil”, relatou DerrenPatterson, o gerente da empresa citada, de acordo com o g1.
Durante toda a história do lugar, vinte ciclistas teriam perdido suas vidas tentando chegar ao fim do caminho, uma estatística bem diferente da relativa a outros veículos.
Desses, vale mencinar que somente um deles fazia uma expedição junto à Gravity Bolivia. Tratava-se de um senhor já de idade que, infelizmente, acabou sofrendo de um ataque cardíaco.
Para Petterson, o passeio definitivamente compensa o medo inicial.
“É um dos lugares mais bonitos que já conheci. Dá para ver montanhas com mais de 6 mil metros de altura, glaciares e paisagens impressionantes. Passamos pela selva, por cachoeiras, rios e por um bosque que fica no meio das nuvens”, contouainda.