Durante sete anos, o marido de Terri argumentou que a esposa não iria querer ser mantida viva por máquinas, enquanto os pais dela defendiam que a filha seria contra
Terri Schiavo foi uma mulher nascida na Flórida, nos Estados Unidos, que após uma parada cardíaca, em que seu cérebro ficou cerca de cinco minutos sem a devida irrigação, entrou em estado vegetativo permanente.
Ela passou quinze anos sendo viva através de tubos de alimentação e hidratação, e durante a maior parte desse tempo, seu marido esteve em batalha judicial com seus pais, porque o primeiro queria desconectá-la dos aparelhos, e os segundos queriam mantê-la.
Judicialmente, ocorreu a mobilização. Conforme noticiado pelo UOL em 2005, de um lado, existiam ativistas defensores da eutanásia para ajudar o marido de Terri, e de outro, grupos religiosos pró-vida em apoio aos pais da jovem.
O caso, que foi repleto de acusações e afirmações que mais tarde revelaram-se falsas, afinal chegou a um desfecho em 2005, tendo ganhado grande cobertura da mídia durante boa parte dele, sendo assim acompanhado de perto por um público de opiniões divididas.
O estopim de um coma
Terri Schiavo tinha 26 anos quando sofreu uma parada cardíaca. Ela foi encontrada desacordada em sua casa, e embora tenha sido ressuscitada por médicos no pronto-socorro, nunca mais seria a mesma depois do triste episódio.
Isso porque Schiavo entrou em um coma que dois meses e meio depois seria declarado como estado vegetativo permanente, isto é, com possibilidades quase nulas de recuperação.
No entanto, a parada cardíaca não havia sido o início de um problema de saúde para Terri, e sim uma consequência de um distúrbio alimentar com o qual ela lidava por anos: a bulimia. De acordo com o USA Today, em nota de 2005, a moça nascida na Flórida usou dietas restritivas para perder peso.
O corpo magro foi mantido com hábitos autodestrutivos, levando a norte-americana a inclusive perder sua menstruação na vida adulta, fazendo com que não conseguisse engravidar.
A bulimia também é responsável por causar uma baixa drástica do nível de potássio no organismo, o que por sua vez pode levar à síndrome da morte súbita por arritmia - ou em outras palavras, uma parada cardíaca como a que Terri teve.
Familiares divididos
Durante os primeiros anos em que a mulher esteve em coma, seu marido Michael Schiavo e seus pais Robert e Mary Schindler mantiveram-se esperançosos de que ela poderia acordar, contra todas as probabilidades, e voltar a ser a Terri de antes. Inclusive, existiram diversos tratamentos terapêuticos sendo feitos nesse período, que não deram nenhum resultado.
Então, em 1998, oito anos após a fatídica parada cardíaca, Michael decidiu que era a hora de desconectar sua esposa dos tubos. Ele acreditava que Terri não gostaria de ser mantida viva apenas através de máquinas, e como era o guardião legal dela, tinha autorização para tomar essa decisão. Mas como os pais discordavam, se teve início uma batalha judicial de sete anos.
Na justiça, contudo, o caso foi muito menos acirrado que nos jornais da época: Michael ganhou três vezes o direito de retirar as sondas. Todavia, a repercussão e as polêmicas em volta da história - que gerou protestos e ganhou envolvimento até do presidente norte-americano da época, George W. Bush - fizeram com que em duas dessas vezes, os tubos fossem recolocados.
Revelações da autópsia
Mesmo com o próprio presidente dos Estados Unidos tentando sancionar uma lei às pressas na tentativa de beneficiar a vontade dos pais de manter a filha viva através de tubos (lei essa que foi anulada por ser considerada inconstitucional), no fim as máquinas ao redor de Terri Schiavo foram desligadas.
Uma autópsia revelou que a mulher tinha perdido 50% da massa encefálica, uma proporção de dano cerebral que era irreversível - confirmando que ela nunca se recuperaria, como os médicos haviam desconfiado durante seus anos vegetativos.
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