Quinze anos depois de terem assassinado a menina, Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá possuem sentenças mais brandas
Em março de 2008, o Brasil foi abalado pela morte da pequena Isabella Nardoni, de apenas 5 anos de vida, que faleceu após ser jogada da janela do sexto andar de um edifício na Vila Guilherme, situado na Zona Norte de São Paulo.
Após investigações da polícia, a morte da menina foi determinada como um homicídio. Já em 2010, seu pai e a madrasta, Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, foram condenados por seu assassinato.
No dia em que veio a óbito, Isabella havia sido repetidamente agredida por adultos que deveriam zelar por seu bem-estar. Além de ter sido espancada, ela foi asfixiada por Jatobá, e então, enquanto ainda estava inconsciente, jogada pela janela pelo seu próprio progenitor.
Nesta quinta-feira, 17, a Netflix lançou um documentário relembrando com mais profundidade os detalhes do terrível crime brasileiro ocorrido há 15 anos. A produção contará, inclusive, com depoimentos de familiares da menina e de peritos na área criminal.
Alexandre Nardoni foi sentenciado a 31 anos e um mês de prisão em conexão ao crime, enquanto Anna Carolina Jatobá foi condenada a cumprir uma pena de 26 anos e oito meses.
Ambos já tiveram progressões para regimes mais brandos. A Justiça determinou que o pai de Isabella precisaria ficar 14 anos em regime fechado antes de se habilitar para o semiaberto, um prazo que acabou em 2019.
Hoje, o condenado tem direito às famosas saidinhas temporárias, que ocorrem quatro vezes ao ano, em geral, durante as seguintes datas comemorativas: Páscoa, Dia das Mães, Finados e Natal.
Já a madrasta da criança conseguiu se habilitar para o regime semiaberto ainda em 2017, dada a sua sentença mais curta em relação à de Alexandre, segundo informado pelo G1.
Anna Carolina Jatobá passou seis anos desfrutando do benefício das saidinhas temporárias. Em 2023, por sua vez, ela passou por outra mudança no cumprimento de sua pena: o regime aberto.
Assim, no dia 20 de junho deste ano, ela, que viveu por mais de uma década em um presídio feminino do Tremembé, recebeu a liberdade. Vale esclarecer que, neste sistema, o preso mora em um endereço previamente combinado com a Justiça, e precisa seguir algumas regras.
Existe, por exemplo, um toque de recolher que deve ser seguido, de forma que o indivíduo precise sempre voltar para endereço quando cai à noite. O mesmo vale, aliás, para feriados.
Em alguns casos, o condenado ainda precisa usar tornozeleira eletrônica para que seus movimentos sejam monitorados pelas autoridades. Jatobá, porém, não usa o aparelho.
Em junho, quando a madrasta de Isabella foi solta, Ana Carolina Oliveira, a mãe da pequena, falou à imprensa brasileira lamentando o desdobramento:
Não tenho muito o que falar. Triste a decisão. Lamentável saber que nossa lei dá esses direitos (...) Eu sabia que essa hora iria chegar, mas nunca estamos preparados", disse ela na ocasião, também conforme informou o G1.