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Matérias / Ângela Diniz

Ângela Diniz: 47 anos do feminicídio que abalou o país

Na antevéspera do ano novo de 1976, a socialite que queria ser livre teve a vida interrompida pela pessoa que mais amava

Paola Churchill Publicado em 17/05/2020, às 09h00 - Atualizado em 28/12/2023, às 10h29

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Ângela Diniz era uma das mulheres mais lindas de sua época - Domínio Público via Wikimedia Commons
Ângela Diniz era uma das mulheres mais lindas de sua época - Domínio Público via Wikimedia Commons

Com sua história revisitada no filme 'Ângela' (2023), com Isis Valverde como protagonista, a história da socialite mineira Ângela Diniz, assassinada pelo marido em 30 de dezembro de 1976 — há exatos 47 anos —, em um caso que comoveu o país, sua trajetória ganha novos olhares perante a sociedade brasileira que, na época, não dispunha dos mesmos valores no que se refere a violência psicológica, doméstica e, principalmente, ao feminicídio.

Muito antes disso, ainda na infância, a futura socialite brasileira tinha tudo que queria e sempre surgia impecável em suas aparições públicas na alta sociedade de Belo Horizonte, onde nasceu.

Sua mãe, Maria Diniz, a tratava como se fosse uma linda bonequinha de porcelana. A matriarca da família sempre estava atenta à moda que as parisienses seguiam e tentava reproduzir os modelos para Ângela.

Em seu aniversário de 15 anos, foi realizada uma grande festa em sua cidade natal. Em meio ao agito, ela conheceu o engenheiro Milton Villas Boas, que se tornaria seu futuro marido três anos depois.

A socialite no dia de seu casamento com o engenheiro Milton Villas Boas/Crédito: Divulgação 

Parecia que a bela moça tinha tudo que imaginou: uma vida luxuosa e uma linda família, contudo, aquela vida pacata de dona de casa irritava profundamente Ângela, que queria mais.

Após nove anos de união, a mulher pediu o divórcio e estava livre para viver a vida que sempre sonhou. Pouco tempo depois, após ter se mudado para o Rio de Janeiro, a jovem conheceu um homem que roubou seu coração: o empreiteiro Raul Fernando do Amaral Street, o Doca.

Doca era casado quando conheceu a socialite, mas, isso não foi empecilho para que os dois começassem um caso ardente. Três meses depois do affair, o milionário pediu o divórcio para poder viver seu romance livremente.  

Ângela e Doca formavam o casal queridinho da elite brasileira. Entretanto, se na frente das câmeras parecia que pombinhos viviam a mais linda história de amor, a realidade era bem diferente – envolvendo crises de ciúmes e violência.

Ângela só queria ser livre durante toda sua vida/Crédito: Divulgação 

Tragédia

Na antevéspera do ano novo de 1976, os dois estavam na casa de praia da mulher na Praia dos Ossos, em Búzios. Após a pior briga que os dois tiveram, Diniz expulsou o homem de casa, terminando toda a relação.

Ao cair da noite, o empreiteiro implorou para que o relacionamento não acabasse, disse que queria fazer as coisas darem certo. Compadecida pela situação, Ângela afirmou que eles poderiam voltar a ficar juntos, mas teriam um relacionamento aberto.

Doca Street, furioso, esbravejou que se ela não fosse dele, não seria de mais ninguém. Sacou um revólver e descarregou as quatro balas, que resultou na morte imediata de Diniz.

Os empregados escutaram os disparos e correram para ver o que havia ocorrido. No momento que viram o corpo da patroa, não conseguiram parar de chorar. Enquanto isso, Street fugiu agoniado e encontrou refúgio na casa de seus pais, no interior de Minas Gerais.

O julgamento de Doca foi muito acompanhado pela mídia. A família Street não poupou esforços para conseguir o melhor advogado e contrataram um dos mais eficientes: Evandro Lins e Silva.

Doca Street e Ângela Diniz pareciam ser o casal perfeito/Crédito: Divulgação 

No tribunal, Doca foi descrito como um homem bom que fora enfeitiçado por uma “mulher fatal” que o seduziu e o desvirtuou, que fez por merecer seu infeliz fim.

Ao desenrolar dos episódios, o homem só foi sentenciado a dois anos de prisão, que pode cumprir em liberdade. Na época, foi afirmado que seu crime era “legítima defesa da honra”. 

A morte de Ângela Diniz causou uma enorme comoção nos movimentos contra a violência doméstica, onde fora ressaltado o descaso que o crime teve. Para se ter ideia da força do caso, foi iniciada a campanha que tinha o slogan “Quem ama não mata”.

Os episódios resultaram numa grande pressão para que um novo julgamento fosse feito e o ex-companheiro pagasse pelo crime.

Após uma forte mobilização social, o milionário passou por um segundo julgamento e pegou 15 anos de prisão, cumprindo apenas três desses anos. Doca lançou o livro 'Mea Culpa', em 2006, para contar sua versão dos fatos. Ângela Diniz, no entanto, não teve essa oportunidade. 


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