A produção que tinha a proposta de mostrar a rotina da realeza foi banida logo após seu lançamento, em 1969
The Crown, a série original Netflix que narra o reinado de Elizabeth II, trouxe à tona diversas curiosidades sobre a Família Real britânica, desde seu lançamento, em 2016. Um dos aspectos intrigantes levantados na terceira temporada do seriado envolve o lançamento de um documentário sobre a Família Real, realizado no ano de 1969.
Na ocasião, a série mostra que o príncipe Philip, marido da rainha, teve a ideia de tentar ‘humanizar’ a monarquia e mostrar para os súditos o dia a dia no Palácio de Buckingham, como revelou uma reportagem do Notícias da TV.
Para isso, chamou a equipe de televisão da BBC para acompanhar os passos da realeza por 18 meses. No dia da estreia do programa intitulado ‘Royal Family’, a audiência foi surpreendente, sendo vista por 37 milhões de britânicos na época.
Contudo, a rainha, que faleceu nesta quinta-feira, 8, aos 96 anos, não gostou do resultado da exibição e proibiu que o programa fosse transmitido novamente. Curiosamente, 51 anos depois, tal documentário foi o precursor de um estilo que hoje em dia é muito famoso ao redor do mundo: o reality show, como o Keeping Up With The Kardashians — que acompanha o cotidiano das socialites norte-americanas.
Sabe-se que, até hoje, existem muitas dúvidas sobre o paradeiro do conteúdo do documentário sobre a Família Real.
De acordo com a reportagem, diferentemente do que é representado em The Crown, a ideia para a produção não veio de Philip, e sim de um conselheiro da rainha. A intenção era aproximar as pessoas da realeza, para que houvesse algum tipo de identificação, a fim de mostrar que eles faziam parte de uma família ‘comum’.
Na época, a monarquia enfrentava duras críticas da população sobre a falta de participação ativa em temas importantes, além das dúvidas sobre os custos gerados por eles para os cofres públicos.
A produção acompanhou a realeza fazendo coisas banais, como, conversas corriqueiras, passeios e churrascos de família. Contudo, o conteúdo acabou mostrando um lado da Família Real que não agradou a todos: o luxo, soberba e alguns trechos que poderiam ser interpretados como problemáticos.
A exposição de sua intimidade foi demais para a rainha e a exibição foi proibida por ela. Houve somente mais uma reprise, em 1972, em comemoração aos 20 anos do reinado de Elizabeth II. Desde então, o conteúdo estava guardado a sete chaves, mas, ano passado, isso mudou de figura.
Em janeiro de 2021, o documentário foi misteriosamente publicado no Youtube. Não se sabe ao certo quem publicou o conteúdo e muito menos como conseguiu tal acesso. As informações foram divulgadas pela revista Cláudia.
Contudo, a produção foi deletada da plataforma alguns dias depois, em decorrência dos direitos autorais. Hoje em dia, somente alguns trechos do Royal Family estão disponíveis on-line.
Em 2011, para o início das comemorações dos 60 anos da coroação da rainha, alguns pedaços do documentário foram disponibilizados na plataforma, o vídeo curto pode ser visto até hoje.
Além disso, a série documental da Netflix, The Royal House of Windson, também disponibilizou alguns pequenos trechos do polêmico documentário da Família Real Britânica. Entretanto, o conteúdo completo não foi exibido em mais nenhum lugar, após a divulgação repentina no Youtube.