Sob o selo Aventuras na História e Citadel, o historiador e escritor Rodrigo Trespach lança ‘Às Margens do Ipiranga’
Isabelly de Lima, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 25/08/2022, às 12h00 - Atualizado às 18h41
Em setembro deste ano, o Brasil celebra 200 anos de sua Independência, que foi proclamada em 1822 por Dom Pedro I, às margens do rio Ipiranga, em São Paulo. O processo de saída do domínio português foi lento e encabeçado pelo principal conselheiro do imperador, José Bonifácio.
O episódio mais comentado, é o grito da proclamação da Independência, que já foi retratado em diversas pinturas e obras literárias de cunho histórico. Porém, pouco se sabe a respeito da trajetória da comitiva de Dom Pedro pelo país até chegar sobre o icônico local.
A fim de trazer detalhes dos bastidores da viagem de 1.400 quilômetros que durou um mês, o historiador e autor Rodrigo Trespach lança seu mais novo livro 'Às margens do Ipiranga', que carrega o selo da Aventuras na História e Citadel.
O livro retrata a dura viagem que a comitiva de Pedro realizou neste período, exibindo retratos dos locais na época, os costumes curiosos da população e a situação sócio-política que o império brasileiro se encontrava.
‘Às Margens do Ipiranga’ é baseado em uma sólida pesquisa documental que envolve jornais de época, livros de memórias, relatos de viagem, cartas e documentos que foram mantidos em acervos no Brasil e na Europa. A narrativa é uma viagem no tempo que imerge o público em informação de forma linear.
Alguns detalhes da viagem também são contados por Trespach, que revela momentos vividos pelo imperador durante o trajeto. Durante cerca de duas semanas, Pedro realizou diversas atividades, que incluíam ocorridos mais sérios, tais como a emissão de decretos, a destituição de governos inteiros, novas nomeações para cargos públicos e também coisas mais simples, como a aposta em corrida de cavalos, plantação de árvores, e encontros sexuais.
O livro ainda relata todos os desafios encontrados durante a viagem, desde à problemas mais práticos, da viagem em si, quanto as consequências dela, que repercutiram de maneiras diferentes no Brasil e em Portugal, fatos que também envolvem o emocional do imperador.
A ideia era ter um objetivo novo, um olhar sobre o processo da Independência, contada de outra forma, através da viagem que Dom Pedro I fez em si, não algo que seja subjetivo, mas algo concreto”, comentou Rodrigo.
Em entrevista exclusiva, o autor e historiador Rodrigo Trespach comentou a importância de sua obra, que visa, segundo ele, popularizar o conhecimento no Brasil, principalmente o conhecimento histórico. “O brasileiro conhece muito pouco a sua história”, relatou ele.
Trespach ainda ressaltou o papel de outros personagens na história e, especificamente, no processo da Independência. “Geralmente, no 7 de setembro, as pessoas lembram sempre do Bonifácio, dona Leopoldina, e o próprio Dom Pedro I”.
Na obra, o autor apresenta outros perfis que participaram indiretamente da ocasião, tal como participantes do clero e da classe burguesa. Segundo Rodrigo, sua ideia é “para mostrar para as pessoas que existem mais pessoas envolvidas no processo do que nós estamos acostumados a ver”.