Ela acabou sendo convencida a assumir o papel pelo próprio Roberto Bolaños, que criou o seriado e interpretava o protagonista
Ana Lilian de la Macorra, que tem hoje 64 anos de idade, não é uma atriz, porém, de forma curiosa, é conhecida devido à sua única experiência de atuação, ocorrida no seriado mexicano Chaves.
A profissional era uma assistente de produção durante o desenvolvimento do programa "El Chavo del Ocho" (o nome original da série), mas acabou recebendo a oferta de se juntar ao elenco do clássico quando os executivos procuravam alguém para assumir o papel de Paty, a namorada do protagonista.
Em uma aparição de 2018 no The Noite, programa de entrevistas do SBT apresentado por Danilo Gentili, a mexicana, que estava então de viagem no Brasil, explicou que nenhuma das atrizes que fizeram testes para a personagem possuíam a "cara de menininha" necessária para interpretar a criança.
Foi totalmente por acaso [que entrei para o elenco]. Eu trabalhava na equipe de produção do Chaves e um dia Roberto Bolaños escreveu três capítulos em que chegavam personagens novos. Estava na produção fazendo várias entrevistas e todas as atrizes que chegavam para interpretar a Paty eram lindas, mas não tinham cara de menininha. Roberto falou: 'Por que não faz você?'", relatou na ocasião.
A mulher esclareceu que, a princípio, recusou a oferta, até por não ter formação como atriz, mas Bolaños, o criador da produção e responsável por dar vida ao protagonista, conseguiu convencê-la.
"Eu disse não, mas ele falou várias coisas e acabou me convencendo. Disse que seriam só três capítulos e que, no futuro, meus filhos me veriam na televisão”, relembrou no talk-show The Noite.
Embora inicialmente apenas três episódios tenham sido planejados, todavia, Ana Lilian teve uma boa recepção, e acabou participando de cerca de 20, ou o equivalente a um ano de gravações. Neste período, contou com o apoio e as dicas de Bolaños e de María Antonieta de Las Nieves, a atriz que interpretava a Maria Chiquinha, para realizar a melhor performance possível.
A mexicana explicou, durante a conversa exibida pelo SBT, seus motivos para não ter seguido com uma carreira no ramo da atuação:
Eu gostei como experiência, mas não queria dedicar minha vida a isso. Tinha outros ideais. Quando estou com os fãs e trocamos essa alegria, carinho e vibração de amor, me encanta. Mas estar em um restaurante e não poder comer por causa dos autógrafos me intimidava", esclareceu.
É por esse motivo que Macorra acabou vivendo a maior parte de sua vida longe dos holofotes. Ela escolheu uma profissão como psicóloga, atendendo clientes durante por volta de 30 anos.
A mexicana relatou ser por vezes reconhecida por seus pacientes como o rosto da personagem bonita da Vila, o que os leva a dizerem, de brincadeira "Mas vou fazer terapia com a Paty?!", ou "A Paty vai ser minha psicóloga?!".
A profissional também revelou, por fim, qual era o personagem que mais gostava de Chaves.
O grupo que Bolaños formou era de pessoas muito boas. Talentosíssimos. Porque é fácil fazer chorar, mas rir dá mais trabalho. Don Ramon [Seu Madruga] era meu personagem favorito. Boa pessoa, simpático, amável", concluiu ela no The Noite.
Confira a entrevista na íntegra abaixo: