A dupla matou os filhos da mulher por conta de suas crenças relacionadas ao Dia do Juízo Final
Redação Publicado em 13/09/2023, às 18h41 - Atualizado em 14/11/2023, às 17h18
No último dia 31 de julho, Lori Vallow e seu parceiro, Chad Daybell, foram condenados por um tribunal do estado norte-americano de Idaho, nos EUA, pelos assassinatos dos filhos dela e da ex-esposa do homem. Eles receberam penas perpétuas pelo que fizeram.
A primeira vítima, Tammy Daybell, faleceu em 2019, algumas semanas antes da dupla de criminosos firmar seu matrimônio. Os alvos seguintes, o pequeno JJ Vallow, de apenas 7 anos de idade, assim como Tylee Ryan, uma adolescente de 17, foram assassinados e enterrados no quintal do local onde Chad morava, com o desaparecimento dos menores de idade tendo sido reportado às autoridades pelos seus avós no fim de 2019.
Já a descoberta de seus corpos ocorreu em 2020, quando Vallow já estava detida devido a acusações de desacato às autoridades e negligência infantil, dado que se recusava a revelar o paradeiro dos filhos à polícia.
O caso criminal rapidamente chamou a atenção da imprensa estadunidense devido às bizarras crenças religiosas do casal: eles seguiam uma seita extrema obcecada com a ideia da chegada do Dia do Juízo Final, ou, em outras palavras, "do fim do mundo".
Daybell inclusive é autor de diversos romances a respeito do culto apocalíptico, conforme repercutido pela BBC. Lori Vallow, por sua vez, teria se aproximado dele justamente após se tornar fã dessas obras, que também possuem conexões com as crenças dos mórmons (grupo religioso dos Estados Unidos que integra a chamada Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias).
Antes de procurar o escritor, vale mencionar que o casamento anterior da norte-americana teve um fim sangrento. Seu ex-marido, Charles Vallow, pediu divórcio por conta justamente dos novos pensamentos apocalípticos da parceira. Ele a descreveu como "apaixonada, às vezes obsessivamente, por experiências sobre morte e visões espirituais".
O homem acabou sendo morto a tiros algum tempo depois pelo irmão de Lori, um episódio que foi considerado legítima defesa.
Segundo repercutiu o portal NPR, a mãe da criança e da adolescente acreditava que seus filhos haviam se tornado zumbis sob controle de espíritos malignos, e deveria destruir seus corpos para libertá-los desta situação. Além disso, Vallow supostamente acreditava estar em uma missão junto de Chad Daybell para limpar os zumbis do mundo em preparação para o Juízo Final.
A adolescente teve seu cadáver desmembrado e queimado. Os restos mortais do menino, por outro lado, foram encontrados no interior de um embrulho de plástico e fita adesiva.
Outra motivação importante por trás dos homicídios seria dinheiro, uma vez que a mulher estava cadastrada em programas do governo dos EUA, recebendo fundos para criar JJ Vallow e Tylee Ryan. Após a morte deles, no entanto, ela e seu parceiro podiam usar esses recursos financeiros consigo mesmos.
Um dos elementos que mais impactou o público foi justamente a ideia de que uma mãe até então comum como Lori Vallow poderia, após ser subitamente radicalizada por uma seita religiosa, assassinar os próprios filhos.
O tipo de assassinato mais inimaginável é uma mãe assassinando seus próprios filhos, e foi exatamente isso que você fez", disse o juiz Steven Boyce durante a audiência em que anunciou a sentença da mulher, ainda de acordo com a BBC.
