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Matérias / Videogame

A Ascensão do Ronin: Novo jogo leva público de volta ao período Edo do Japão

O jogo tem como base um dos períodos mais importantes da história do Japão e em entrevista, produtor revelou inspirações e bastidores; confira!

por Isabelly de Lima

Publicado em 07/05/2024, às 16h00

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O protagonista do jogo "A Ascensão do Ronin" - Divulgação / PlayStation
O protagonista do jogo "A Ascensão do Ronin" - Divulgação / PlayStation

O mais recente lançamento exclusivo da PlayStation para a última geração de consoles, "A Ascensão do Ronin", transporta os jogadores para um momento crucial na história do Japão: o fim do período Edo.

Durante o período Edo, que abrangeu de 1603 a maio de 1868, o Japão foi governado pelos xoguns da família Tokugawa. Este foi um período caracterizado por um forte isolamento político e econômico, com um sistema interno rigoroso que regulava os feudos por meio de um código de leis.

É exatamente neste contexto que se desenrola "A Ascensão do Ronin", à medida que o Japão começa a abrir-se para influências culturais e econômicas ocidentais. Conheça o novo lançamento que mistura história e aventura!

Viagem no tempo

Compreender o contexto histórico em que o jogo está situado pode orientar os jogadores na tomada de decisões durante o gameplay.

Enquanto muitos jogos de samurai tendem a retratar um Japão folclórico, repleto de inimigos demoníacos ou guerreiros nobres, como vemos em títulos como "Sekiro", "Ghost of Tsushima" ou "Nioh", "A Ascensão do Ronin" mergulha em eventos históricos que confrontaram o Japão com o dilema entre preservar a tradição e abraçar a modernização. 

Desenvolvido pelo estúdio Team Ninja, este novo mundo aberto combina ação intensa com o manuseio de katanas, enquanto explora as complexidades desse período de transformação na história japonesa.

Após um levante em 1639 atribuído a missionários cristãos, o Japão instaurou o Sakoku, também conhecido como "País Isolado", que restringiu o comércio e a entrada e saída de estrangeiros. Esse período se estendeu por cerca de dois séculos.

Os personagens de "A Ascensão de Ronin" - Divulgação / PlayStation

Tudo mudou em 1853, quando o comodoro Perry, dos Estados Unidos, chegou à costa de Edo — hoje Tóquio — exigindo que o país se abrisse ao comércio internacional, ameaçando com ataques de navios equipados com canhões e armas modernas, segundo informações da Recreio.

Essa ação simbólica provocou uma mudança na mentalidade japonesa, revelando sua vulnerabilidade e atraso diante das potências estrangeiras, que graças à tecnologia ocidental eram capazes de sobrepujar até mesmo os samurais mais habilidosos com suas armas de fogo e equipamentos avançados.

O ponto de partida de "A Ascensão do Ronin" se dá exatamente durante uma tentativa de assassinato do Comodoro Perry, como uma forma de vingança por esse momento crucial na história do país. Dois assassinos, os Veiled Blades, são enviados para eliminar os militares americanos, mas fracassam, resultando na morte de um deles. 

A busca do sobrevivente por vingança e sua tentativa de encontrar o misterioso shinobi que protegeu Perry serão os principais impulsionadores da ação no jogo.

Jogo é envolto em história e aventura - Divulgação / PlayStation

Decisão da temporalidade

O Japão é comumente conhecido por suas diversas histórias folclóricas, geralmente representadas em filmes, séries e até outros jogos, mas "A Ascensão do Ronin" acrescenta outro viés para maior conhecimento acerca da história real do país.

"Como o título 'Ronin' sugere, o conceito do jogo é que os jogadores cresçam como Ronin por meio de uma história moldada pelos laços que criam com várias figuras. É por isso que optamos por uma abordagem baseada na forma como retratamos os personagens", contou Yosuke Hayashi, produtor da Koei Tecmo Games (empresa responsável pelo novo jogo), para a Recreio, que é um veículo parceiro do Aventuras na História.

+ Os detalhes por trás da criação de 'A Ascensão de Ronin'

Ele também falou sobre a escolha deste exato recorte histórico, retratando o Japão feudal: "O período Bakumatsu marcou uma mudança significativa para o Japão e é um dos períodos mais turbulentos do país. Fomos inspirados a retratar esse mundo caótico — caracterizado como a escuridão antes do amanhecer — e a energia daqueles que lutaram por vários ideais, juntamente com os habitantes da cidade que antecipavam a revolução".

A ideia central por trás desse jogo era fazer com que os jogadores vivenciassem esse cenário como um Ronin livre e sem mestre, sem um conjunto preconcebido de convicções", completou. 
Novo jogo sobre a história do Japão - Divulgação / PlayStation

Bastidores do projeto

A pesquisa para o jogo ocorreu ao longo de dois a três anos durante a pandemia do coronavírus. Surpreendentemente, Hayashi destacou que a ausência de grandes multidões de turistas durante esse período foi, de certa forma, positiva para a equipe de desenvolvimento.

Muitos santuários, templos e outras arquiteturas desse período ainda existem hoje, e realizamos um trabalho de campo como referência para o design do ambiente e dos níveis do jogo... A ausência de grandes multidões de turistas nos permitiu pesquisar esses locais com mais eficiência".

No entanto, não somente visitas foram feitas, fotos e outros documentos foram utilizados para a pesquisa de aspectos e estruturas que não existem mais. "Os diários de Rutherford Alcock e Ernest Satow, assim como as fotografias de Felix Beato, forneceram informações valiosas sobre as perspectivas dos estrangeiros que visitaram o Japão nessa época".

A equipe de desenvolvimento investiu tempo e esforço significativos na análise desses documentos para garantir uma experiência autêntica aos jogadores. O jogo já está disponível para aqueles que possuem PS5. Confira o trailer a seguir: