Descoberta compartilhada ontem, 16, evidencia algo que já vem sendo debatido há mais de uma década
Alguns dias atrás, a NASA deu sinais que, em breve, compartilharia “uma empolgante nova descoberta sobre a Lua”. A expectativa, finalmente, se concretizou na tarde de ontem, 26, quando a Agência Espacial dos Estados Unidos realizou uma transmissão online para anunciar uma de seus mais importantes estudos: o sobre a existência de água na superfície de nosso satélite natural.
A pesquisa, que revelou evidências conclusivas, foi divulgada junto a outro estudo do mesmo seguimento na revista científica Nature Astronomy. Para os cientistas, no entanto, apesar da grandeza, o anúncio só evidenciou algo que já é debatido há mais de uma década.
Mas o que diz esse estudo da NASA?
A conclusão relata que moléculas de água foram localizadas presas em grãos minerais. O achado foi feito na face lunar que é iluminada pelo Sol. Segundo os pesquisadores, essa evidência é apontada como a “prova química” da existência de água na superfície de nosso satélite.
A pesquisadora da NASA, Casey Honnibal, principal autora do estudo, ressaltou, no entanto, que a água não foi encontrada em forma de gelo. "São apenas as moléculas de água – porque estão tão espalhadas que não interagem umas com as outras para formar gelo ou estar na forma líquida".
Para chegar nesse resultado, os pesquisadores contaram com a ajuda dos dados coletados pelo observatório Sofia – um Boeing 747SP que foi modificado para carregar um telescópio capaz de conseguir uma visão mais ampla não só do sistema solar, como de nosso universo também.
A detecção de moléculas de água foi feita na famosa Cratera Clavius, que é uma das maiores que podem ser vistas aqui da Terra.
O que diz o outro estudo?
A segunda pesquisa foi conduzida por especialistas do departamento de astrofísica da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos. Esse estudo, entretanto, analisa um ponto completamente diferente do da NASA: as microcrateras na área não iluminada da Lua. Os pesquisadores afirmam que, por lá, no fundo dessas pequenas crateras, é possível trabalhar com a possibilidade de existir água, só que em seu estado sólido.
"Imagine-se na Lua, perto de um de seus polos: você veria uma miríade de pequenas sombras que preenchem a superfície; a maioria delas são menores do que uma moeda. Cada uma seria extremamente fria, o suficiente para conter gelo", explica Paul Hayne, pesquisador da Universidade.
"Nossos resultados sugerem que a água pode ser muito mais espalhada nas regiões polares da Lua do que se pensava anteriormente, tornando-a mais fácil de acessar, extrair e analisar". Essa análise foi feita com a os dados captados de dois instrumentos do orbitador de reconhecimento lunar da NASA, o LRO.
Esses dados foram combinados a modelos 3D e, com isso, os pesquisadores conseguiram reproduzir não só o tamanho como também a distribuição das sombras em escalas que são menores que um milímetro.
O que isso significa na prática?
O primeiro ponto, como já dito anteriormente, é que o estudo apresenta um resultado muito mais robusto de algo que já apresentava pontos debatidos há mais de 10 anos.
Outro ponto importante é que a descoberta pode ser útil na 'colonização' da Lua, o que pode ser positivo em vista que desde o ano passado a NASA desenvolve o programa Artemis, que tem o objetivo de enviar astronautas para nosso satélite natural nos próximos anos.
"A água pode ser usada para abastecer as estações espaciais, mas também pode ser decomposta em hidrogênio e oxigênio. O hidrogênio, quando queima, libera muita energia e pode servir de combustível. Já o oxigênio servirá para manter a atmosfera dessa base lunar", explica o astrônomo Cássio Barbosa em entrevista ao G1.
Outro ponto que ajuda bastante é o fato de que transportar galões de água para o espaço custam milhares de dólares. Assim, isso pode, num futuro, se tornar uma alternativa não só para matar a sede dos astronautas, como, também, para reabastecer os foguetes.
Como a água chegou até a Lua e que se debatia até agora?
Até os anos 1990, a comunidade científica pensava que a superfície da Lua estava seca devido a nosso satélite natural não contar com uma atmosfera capaz de proteger o solo dos raios do Sol, o que faz com que a área iluminada possa atingir altíssimas temperaturas.
Essa tese só foi contestada na década passada, quando uma espaçonave em órbita detectou indícios de gelo em grandes e inacessíveis crateras próximas aos polos lunares. Já em 2008, o magma trazido por astronautas das missões Apolo foram analisados e se descobriu a existência de moléculas de água dentro desse material.
No ano seguinte, imagens capturadas pela espaçonave Chandrayaan-1, da Índia, identificou assinaturas do que poderiam ser o reflexo de água na luz na superfície lunar. Porém, limitações técnicas impossibilitaram realmente afirmar isso.
Já em 2017, indícios de água preso no interior de rochas foram detectados através da análise do comportamento da luz refletida pela Lua, que foi feito através de um espectrômetro por cientistas da Universidade de Brown, nos Estados Unidos.
A explicação para a chegada da água à Lua possui quatro hipóteses: cometas, asteroides, poeira interplanetária e até gases de erupções vulcânicas.
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