Identificada como objectum-sexual, a americana já compôs a Equipe Olímpica estadunidense e vive um amor com o monumento
Até o ano de 2007, Eryka "Aya" LaBrie era conhecida como uma exemplar nacional americana. Depois de servir a Força Aérea dos Estados Unidos na década de 1990 — e ser violentada sexualmente por outro cadete ainda no primeiro ano — ela encontrou um esporte para concentrar suas energias: o tiro com arco.
Especializada no disparo de flechas, o início da prática ocorreu em 1999, usando um arco recurvo, e fazendo a transição para o arco composto no ano seguinte. Em 2003, o resultado dos treinos surtira efeito.
Ela ficou em primeiro lugar nas rodadas classificatórias olímpicas da Federação Internacional de Tiro com Arco (FITA), além de ganhar a medalha de ouro em três torneios nacionais e estabelecer o recorde mundial na categoria durante um campeonato na Alemanha.
Englobou também a Equipe Nacional de Tiro com Arco em 2006, preparando os resultados para se classificar nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008.
Porém, em 2007, um novo motivo de assunto tornou-se público em sua vida — e Erika fez questão de revelar. Diferente de outras revelações sobre sexualidade, ela afirmou ao The Telegraph em 2008 que sentia atração por objetos inanimados.
Fiel à Eiffel
De acordo com a americana, o amor por objetos poderia ser semelhante ao apreço mútuo de dois seres humanos: “Eu não entendo como as pessoas podem trazer um objeto ao mundo, como se fosse uma criança, e não amá-lo”.
Se o amor era o motivo, a Torre Eiffel era o alvo. De acordo com a reportagem, ela havia se casado, com testemunhas, com a própria torre internacionalmente conhecida. Na época, o Telegraph também revelou que ela mudou o sobrenome.
A "união" transformou LaBrie em Erika Eiffel, conforme apresentava no documento de registro. De acordo com ela, a chama do amor aos objetos já demonstrava os primeiros sinais desde a adolescência.
Ao conhecer Paris, em 2004, sentiu uma incrível sintonia com a torre, passando a revisitar por repetidas vezes e fazendo carinho em sua estrutura de aço.
O amor ganhou até uma marquinha do casal; se por um lado, Erika tatuou o monumento entre os seios, exibindo a longa construção no torso, a torre ganhou um cachecol cruzado entre a estrutura, especialmente dedicado para a “companheira” da torre.
Naquela área da torre, ela pode ter privacidade, dar beijos e experimentar outras sensações mais íntimas, como relatou no documentário “Married To The Eiffel Tower”.
“Alguém que se apaixona por objetos pode controlar a relação da maneira como bem entender. Os objetos não vão abandoná-las. Isso é extremamente atraente para pessoas que se sentem muito solitárias”, afirmou Jerry Brooker, psiquiatra que participou do documentário.
Defensora da causa
Buscando trazer visibilidade para a causa, ela fundou a OS Internationale, instituição de amparo e registro de pessoas descritas como Objectum-sexual, ou seja, desenvolvem relacionamentos afetivos com objetos inanimados.
De acordo com ela, a possibilidade de amar objetos pode auxiliar uma pessoa a extrair o máximo do mesmo, exemplificando sua relação com o arco favorito, com quem tinha tamanho apreço que "ajudou a se tornar uma arqueira de competições internacionais".
A organização estima que, no mundo, existem cerca de 40 pessoas no mundo identificadas como Objectum-sexual, sendo todas elas mulheres. A instituição planeja, futuramente, fechar parcerias com universidades para realizar estudos sobre a psicologia dos relacionamentos humanos-objetos.
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