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Notícias / Ciência

Vida complexa teria surgido muito antes do que os cientistas imaginavam

Novo estudo sugere que algumas espécies podem ter começado a ocupar os oceanos mais de 1,5 bilhão de anos antes do que se acreditava

por Giovanna Gomes
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Publicado em 30/07/2024, às 11h24

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Ilustração divulgada em novo estudo - Divulgação/Ilustração por Abderrazzak El Albani/Universidade de Poitiers
Ilustração divulgada em novo estudo - Divulgação/Ilustração por Abderrazzak El Albani/Universidade de Poitiers

A comunidade científica define, há pelo menos dez anos, que as formas de vida mais complexas surgiram na Terra há cerca de 635 milhões de anos. Contudo, um novo estudo conduzido por uma equipe internacional liderada por Ernest Chi Fru, da Universidade de Cardiff, sugere que algumas espécies podem ter começado a ocupar os oceanos mais de 1,5 bilhão de anos antes.

A pesquisa focou em um ecossistema na Bacia de Franceville, perto do Gabão, na África. Os resultados foram publicados na revista Precambrian Research.

Segundo informações do portal Galileu, a equipe analisou rochas sedimentares incomuns da região e descobriu que a Bacia de Franceville foi formada pela colisão dos crátons (estruturas geológicas) do Congo e de São Francisco. Esse evento criou um mar interior raso e rico em nutrientes, isolado do oceano global.

Ernest Chi Fru explica que "a disponibilidade de fósforo foi essencial para a evolução da vida na Terra, especialmente na transição de organismos unicelulares simples para organismos complexos como animais e plantas". Além da conhecida evolução de 635 milhões de anos atrás, o estudo aponta para um evento ainda mais antigo, há 2,1 bilhões de anos.

Os pesquisadores apontam que, nesse ecossistema, a fotossíntese por cianobactérias foi abundante, o que oxigenou a água do mar e gerou um grande recurso alimentar. Essas condições poderiam ter possibilitado o crescimento de formas de vida primitivas e o desenvolvimento de comportamentos mais complexos, possivelmente semelhantes a mofos limosos, organismos unicelulares sem cérebro que se reproduzem com esporos.

Duas etapas

Para os especialistas, é possível que a natureza restrita da massa de água onde essas formas de vida primitivas mais complexas surgiram, juntamente com as condições hostis fora desse ambiente, tenha impedido sua expansão global.

Por esse motivo, eles acreditam que a evolução dessas espécies tenha ocorrido em duas etapas distintas: a primeira na região do Gabão, há 2,1 bilhões de anos, após o aumento no teor de oxigênio atmosférico, e a segunda, cerca de 1,5 bilhão de anos depois, quando houve um novo aumento nos níveis de oxigênio que resultou na biodiversidade animal atual.

A equipe de Fru está agora trabalhando para entender melhor as condições ambientais que levaram ao surgimento desses fósseis enigmáticos.

+ Confira aqui o estudo completo.