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Notícias / Arqueologia

Veja reconstrução de guerreiro sepultado há 4.000 anos na Sibéria

Nova reconstrução de corpo inteiro retrata guerreiro neolítico siberiano, com armadura e armas, todas encontradas em cemitério de 4 mil anos

Éric Moreira
por Éric Moreira

Publicado em 07/04/2025, às 14h30

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Restos mortais de guerreiro siberiano de 4.000 anos, e reconstrução de corpo completo - Divulgação/North-Eastern Federal University
Restos mortais de guerreiro siberiano de 4.000 anos, e reconstrução de corpo completo - Divulgação/North-Eastern Federal University

Em 2004, foi descoberto durante uma pesquisa arqueológica na área de Kerdugen, na República Sakha da Rússia, um impressionante túmulo de um guerreiro do período neolítico, que abrigava não só os restos mortais, como também várias pontas de flechas e placas de osso de animal, que supostamente formaram um grande escudo.

A datação por radiocarbono do local determinou que o túmulo tinha cerca de 4.000 anos e, agora, uma nova reconstrução do guerreiro revela em detalhes o rosto, o escudo, e as armas utilizadas por este antigo guerreiro siberiano.

Esqueleto de antigo guerreiro siberiano / Crédito: Divulgação/North-Eastern Federal University

O trabalho de reconstrução teve início ainda em 2023, e recentemente o modelo foi exposto no museu de arqueologia da Universidade Federal do Nordeste em Yakutsk, segundo uma reportagem traduzida pela agência de notícias estatal russa, TASS.

Após um exame dos restos mortais, conforme repercute o Live Science, os pesquisadores sugeriram que o indivíduo era um homem que morreu com entre 40 e 50 anos — o que o torna um idoso, considerando ser um indivíduo do fim da Idade da Pedra —, e que tinha 1,65 m de altura.

Além disso, o formato de seu crânio sugeria que ele era da mesma etnia de outros povos nativos das regiões árticas da Sibéria. E alguns ferimentos curados em seus ossos também servem como indício de que ele pode ter vivido de maneira bastante ativa e combativa — sendo possivelmente um guerreiro e arqueiro.

Para criar uma reconstrução com base no crânio do guerreiro, os pesquisadores utilizaram-se de técnicas de fotogrametria, que consiste em reunir diversas imagens digitais que possibilitem a criação de um modelo virtual 3D.

Reconstrução em 3D da cabeça do guerreiro siberiano / Crédito: Divulgação/North-Eastern Federal University

Além disso, para a reconstrução, os pesquisadores recriaram o grande escudo, feito originalmente de placas de osso de animais, provavelmente de uma espécie de alce chamada Altai wapiti, que teriam sido coladas em uma base de couro. Vale mencionar que também foram encontrados fragmentos de pontas de flechas cravadas em seis das placas, o que indica que o escudo serviu para proteger o guerreiro em batalha.

Sibéria no Neolítico

Segundo o Live Science, o guerreiro que recebeu a reconstrução recentemente era membro da cultura pré-histórica Ymyyakhtakh. Originário de Sakha (também conhecida como Iacútia), esse grupo deixou cerâmicas e diversos artefatos espalhados por toda a região, que foram encontrados mais recentemente em missões arqueológicas.

Mesmo sendo do período Neolítico, quando alguns grupos já praticavam a agricultura, os Ymyyakhtakh eram caçadores-coletores nômades, mas que já tinham ferramentas, armas e materiais avançados. Isso pôde ser confirmado pois, segundo a TASS, sepultamentos deste grupo foram encontrados excepcionalmente bem preservados.

Reconstrução completa de antigo guerreiro siberiano / Crédito: Divulgação/North-Eastern Federal University

Vale acrescentar que o túmulo do guerreiro também continha fragmentos de ossos de um segundo corpo humano, o que pode ser um indício de que ocorreu um sacrifício humano durante sua cerimônia de sepultamento. Inclusive, possivelmente até mesmo acompanhado de canibalismo ritual, tendo em vista sinais relatados em outros antigos locais de rituais na Sibéria.