O autor encampa a tese de que a Carta Magna deve ser escrita pelos brasileiros por meio de plebiscitos e referendos
Mais de 100 pessoas se reuniram em São Paulo na última quarta-feira, 16, para o lançamento do livro de estreia do empresário da hotelaria José Ernesto Marino Neto, “Vamos devolver o poder ao povo - Ideias para o Brasil”.
Entre os convidados, a discussão sobre a importância de uma revisão constitucional por meio de plebiscitos foi o tema mais debatido.
Para a Desembargadora Ana Lúcia Romanhole Martucci, a ideia de devolver o poder ao povo é positiva, mas ainda há um longo caminho a ser percorrido.
“Acredito nas teses de Marino, que tem que partir do povo o que queremos para nosso futuro. Entretanto, não diria hoje que todo brasileiro está preparado, mas essa discussão é o início”, diz.
Essa é a mesma opinião de Sergio Carreiro de Teves, advogado, que acredita que por meio de plebiscitos se tem uma chance de ouvir a opinião do povo, sem ficar apenas dependendo da vontade política.
“Obviamente se forem fazer uma reforma constitucional, será realizada de acordo com a opinião daqueles que estão no poder. Acontece que desse jeito não é possível modificar as coisas. Nem todos os brasileiros estão preparados para isso, mas se formos esperar que todos estejam prontos, isso não será feito nunca. Por isso é preciso enfrentar a situação e começar a discussão”, comenta.
A obra de Marino, de 216 páginas, reúne artigos produzidos em defesa de uma tese que está ganhando força no Brasil, como explica o próprio autor.
“O Brasil precisa fazer uma revisão da Constituição atual, transformando-a num documento principiológico votado pelos próprios brasileiros. Apenas para se ter uma ideia, quando a Constituição de 88 foi promulgada, Ulysses Guimarães afirmou que ela precisaria ser revista e nunca ninguém fez isso. Já está mais do que na hora dessa ação ser realizada e cabe ao próprio brasileiro essa tarefa. Existem instrumentos adequados para tanto, como os plebiscitos e referendos”, explica.
Essa consciência nacional também é defendida pelo desembargador José Helton Nogueira Diefenthäler, que afirma a necessidade de ouvir o povo.
“Está na hora de ouvir a nação e recolher do povo a ideia de identidade nacional e de brasilidade, além de dizer à camada governante como devem ser regidos os negócios da vida pública no Brasil”, ressalta.
Após o evento em São Paulo, Marino segue para Curitiba, local em que irá reunir amigos e convidados, no dia 23 de fevereiro, para o lançamento do livro “Vamos devolver o poder ao povo”.
No dia 9 de março, o autor lança a obra na Serra Gaúcha, no Mirante Laje de Pedra. O escritor e empresário está à frente do investimento de R$ 540 milhões no novo projeto do icônico hotel Kempinski Laje de Pedra, em Canela.