Cabeça de múmia pertenceu a mulher egípcia que morreu com cerca de 50 anos, e era exibida em biblioteca de escola na Austrália
Publicado em 09/05/2024, às 13h56 - Atualizado em 11/05/2024, às 14h23
Uma cabeça de múmia misteriosa exibida em uma biblioteca escolar na Austrália, recebeu um novo rosto. Pertencente a uma mulher egípcia, a cabeça foi reconstruída em 3D, e essa reconstituição agora será exibida no Museu da Anatomia e Patologia da Universidade de Melbourne.
O objeto, conforme descrito pelo Live Science, é um mistério, pois nunca foi claro como chegou ao Colégio de Grafton, localizado no norte de Nova Gales do Sul. Uma nota centenária apenas a identificava como uma “genuína” múmia egípcia.
A escultora responsável pela reconstrução é Jennifer Mann, do Instituto Vitoriano de Medicina Forense (VFIM), localizado em Melbourne. Para a obra, foi realizada uma tomografia computadorizada no antigo crânio, gerando um modelo digital impresso em 3D, que finalmente pôde ser trabalhado para a construção realística.
Vale mencionar que outros exames realizados na múmia apontaram que ela pertencia a uma mulher que morreu com uma idade entre 50 e 60 anos. Vale mencionar também que havia manchas de ouro presas à cabeça da figura, o que sugere que ela teria vivido no período greco-romano do Egito (entre 332 a.C. e 395 d.C.), quando folhas de ouro eram utilizadas no processo de mumificação.
Após receber o modelo impresso em 3D do crânio da múmia, Mann adicionou olhos e marcadores para representar, primeiro, a profundidade do tecido, com base em medições ultrassônicas dos egípcios que vivem hoje. Então, foi adicionada musculatura em torno dos marcadores, e depois os tecidos moles, que podem ser determinados a partir das medidas do crânio.
Um detalhe sobre a múmia é que ela tinha parte da boca gravemente danificada, e por isso Mann consultou um odontologista forense para auxiliar na reconstrução. Então, foi criada a pele em torno dos olhos e sobre a musculatura, e a reconstrução foi finalizada com um penteado e brincos relativos ao período greco-romano do Egito, baseando-se nos retratos de Fayum.
Por fim, a escultura foi finalizada com uma resina em cor de bronze, pois “não há evidências científicas [de DNA recuperado, neste caso] para coisas como tom de pele e cor dos olhos”, conforme ela explica ao WordsSideKick.com. Além disso, como na época desta mulher viviam pessoas de ascendência egípcia, grega e romana, entre outros, é ainda mais difícil adivinhar o tom de pele.