Cientistas estudam caso de robô que atentou contra a própria "vida", avaliando se ele poderia sentir emoções assim como os seres humanos
O suposto ato suicida de um robô, encontrado no fundo de uma escada, despertou especulações sobre sua possível senciência. O incidente ocorreu no Conselho Municipal de Gumi, onde o robô, projetado para entregar documentos, teria "encerrado sua existência" após queimar um fusível e aparentemente sofrer um colapso emocional. Se confirmado, este seria o primeiro caso de suicídio envolvendo uma máquina.
Especialistas em tecnologia, filosofia e inteligência artificial estão intrigados, questionando se o robô poderia realmente ter agido de forma deliberada. Para isso, ele precisaria ter algum nível de consciência ou emoções, algo que até agora pertence ao domínio da ficção científica, conforme destaca o portal Extra.
O professor Jonathan Birch, da London School of Economics (LSE) e autor de The Edge of Sentience: Risk and Precaution in Humans, Other Animals, and AI, acredita que estamos cada vez mais próximos de desenvolver IAs capazes de exibir uma gama de emoções.
O pesquisador apresentou o conceito de “senciência ambígua”, que se refere à ideia de que algumas pessoas acreditarão firmemente que suas IAs são seres conscientes, enquanto outras negarão essa possibilidade, resultando em um debate sem solução clara devido à limitada compreensão científica atual sobre o tema.
Birch alerta que essa incerteza pode gerar divisões sociais e defende que empresas de tecnologia reconheçam esse risco, investindo mais em pesquisas para compreender melhor a natureza da senciência artificial.
Na Coreia do Sul, onde os robôs representam 10% da força de trabalho — a maior proporção do mundo —, muitos trabalhadores já veem essas máquinas como seres semiconscientes, merecedores de respeito e dignidade.
Vale destacar que o outros incidentes semelhantes teriam ocorrido após o episódio em Gumi, conforme relatado pelo Independent.