Crise climática e Guerra da Ucrânia levaram o relógio mais próximo à hora que simboliza o fim do mundo
O Relógio do Juízo Final foi criado em 1947 pelo Comitê do Boletim de Cientistas Atômicos da Universidade de Chicago para medir quanto tempo resta à humanidade. A metáfora do relógio é usada para indicar quão próximos nós estamos do fim do mundo, que seria a meia-noite. Nesta terça-feira (24), o painel de cientistas se reuniu novamente para anunciar que o mundo está a 90 segundos da meia-noite, o mais próximo desde a criação do órgão. As informações são do MediaTalks.
O motivo principal para o avanço do relógio, que estava em 100 segundos na última atualização, de 2020, é o perigo crescente da guerra na Ucrânia. Os especialistas explicaram:
A guerra pode entrar em um segundo ano horrível, com ambos os lados convencidos de que podem vencer. A soberania da Ucrânia e os acordos de segurança europeus mais amplos que se mantiveram em grande parte desde o fim da Segunda Guerra Mundial estão em jogo.”
Além do aumento do perigo nuclear no conflito entre a Rússia e a Ucrânia, o Comitê explica que a guerra prejudica os esforços globais para combater as mudanças climáticas, já que a guerra acarretou numa expansão nos investimentos em combustíveis fósseis, porque os países que compravam gás e petróleo da Rússia precisaram diversificar seus fornecedores.
O aumento de eventos climáticos extremos como inundações e secas e ameaças biológicas como a pandemia de COVID-19 também foram levados em conta. O painel de cientistas alertou para as possibilidades de novos surtos de doenças infecciosas e também para os perigos da desinformação.
O relógio nunca esteve tão perto da meia-noite, nem durante a Guerra Fria. O mais distante que ele já esteve foi 1991, quando o relógio marcava 23:43.