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Notícias / Astronautas

Quais os impactos físicos nos astronautas que ficaram 'presos' no espaço?

Astronauta canadense explicou recentemente os impactos de uma viagem tão longa ao espaço quanto a que ficaram submetidos Suni Williams e Butch Wilmore

Éric Moreira
por Éric Moreira

Publicado em 24/03/2025, às 09h25

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Butch Wilmore e Suni Williams - Divulgação/NASA
Butch Wilmore e Suni Williams - Divulgação/NASA

Recentemente, uma notícia que chamou grande atenção dos entusiastas de viagens espaciais foi o retorno dos astronautas Suni Williams e Butch Wilmore, após passarem 286 dias não planejados no espaço, depois que ficaram "presos" sem conseguir retornar. Agora, cientistas analisam os dois para entender quais os impactos que podem ser sentidos no corpo de quem passa tanto tempo fora de nossa gravidade.

Segundo repercute o g1, a princípio, era previsto que os astronautas retornassem à Terra apenas alguns dias, porém, a cápsula Starliner, da Boeing, que deveria trazê-los de volta apresentou falhas e vazamento de gás hélio, obrigando a NASA a trazê-la desocupada.

Por causa do infortúnio, Suni e Butch estão entre os astronautas que passaram mais tempo seguido no espaço, empatados em sexto lugar — enquanto o recordista é o cosmonautaValeri Polyakov, que ficou 437 dias consecutivos na estação espacial Mir.

Nesse meio tempo, Suni Williams completou 59 anos, e também se tornou a mulher mais velha a realizar uma caminhada espacial, além de ser recordista de tempo de permanência fora do veículo espacial, totalizando mais de 62 horas. Butch Wilmore, por sua vez, completou 62 anos durante sua estadia no espaço.

Butch Wilmore e Suni Williams antes da missão espacial / Crédito: Getty Images

Impactos físicos

Felizmente, a dupla de astronautas conseguiu retornar com sucesso na última semana, a bordo da cápsula Dragon Freedom, da SpaceX, ao lado do americano Nick Hague e do russo Aleksandr Gorbunov. Desde a saída da estação espacial até o pouso no mar da costa da Flórida levou 17 horas e, por via de segurança, eles foram resgatados em macas — isso sem mencionar na impressionante recepção por golfinhos.

Agora, ambos os astronautas passam por uma série de exames, seguindo um programa rígido de recuperação física, a fim de compreender melhor os impactos de longas estadias no espaço ao corpo humano.

O canadense Chris Hadfield, ex-comandante da Estação Espacial Internacional, explicou recentemente ao Fantástico que esses impactos são "como a diferença entre um atleta olímpico dos cem metros e um da maratona. Os dois são corredores, mas o treinamento e o tipo de habilidades necessárias são diferentes".

Felizmente, como os dois astronautas já tinham experiência com missões anteriores, talvez os impactos tenham sido amenizados. Porém, viagens espaciais longas podem provocar perda de densidade óssea e muscular, diminuição do tamanho do coração, irregularidade no sono, acúmulo de fluidos na cabeça, enfraquecimento do sistema imunológico e até impactos na saúde mental. Além disso, também é necessário algum tempo para recuperarem o equilíbrio na Terra.

Agora, Butch Wilmore e Suni Williams passarão por semanas de exames, e deve levar cerca de quatro meses até que estejam finalmente liberados para tirar férias. Entre os envolvidos nos estudos está a brasileira Sofia Etlin, pesquisadora da Universidade de Cornell, em Nova York, que estuda medicina aeroespacial com a finalidade de melhorar a capacidade humana para viagens espaciais longas, como uma possível colonização na Lua ou ida à Marte.

"A Nasa é uma organização governamental, então a maioria da pesquisa e os avançamentos nessa área não vem especificamente dela, mas vem justamente de laboratórios que nem o meu, que podem usar a informação que ela coleta para criar resultados que voltam para a Nasa para futuras missões", explica ela ao Fantástico.