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Polvos podem sonhar e acordar de mau humor, aponta novo estudo

Estudo sobre o tema teve início depois que cientistas observaram comportamentos intrigantes em um polvo de recife brasileiro chamado Costello

por Giovanna Gomes
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Publicado em 07/10/2024, às 10h57

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Imagem ilustrativa - Imagem de edmondlafoto por Pixabay
Imagem ilustrativa - Imagem de edmondlafoto por Pixabay

Um novo estudo indica que polvos podem ser capazes de sonhar. A descoberta ocorreu quando cientistas da Universidade Rockefeller, em Nova York, observaram comportamentos intrigantes em um polvo macho de recife brasileiro chamado Costello, o que levou a equipe a repensar as capacidades cognitivas da espécie.

Durante o estudo, os pesquisadores registraram Costello enrolado em um tubo de PVC, aparentando tentar estrangulá-lo — um comportamento que despertou sua curiosidade.

Ao rever as gravações da noite anterior, os cientistas perceberam que o animal parecia “acordar” de um sonho em estado defensivo, chegando até a expelir tinta, reação típica de defesa em momentos de perigo. Esses movimentos anormais sugeriram que ele poderia estar vivenciando lembranças estressantes e, possivelmente, pesadelos.

Marcelo Magnasco, biofísico e coautor do estudo, comentou que tais reações indicam a possibilidade de os polvos experimentarem algo semelhante ao sonhar.

Tamar Gutnick, especialista em polvos do Instituto de Ciência e Tecnologia de Okinawa, que não participou do estudo, considerou a ideia convincente, embora não conclusiva. Ela comentou que os padrões observados são compatíveis com aqueles de polvos acordados, o que poderia indicar uma repetição de comportamentos como em um sonho.

A pesquisa registrou que os polvos têm fases distintas de sono: uma fase “tranquila”, na qual adotam uma cor uniforme e mantêm-se relaxados, e outra fase mais ativa, com mudanças rápidas de cor e textura na pele. As informações são da revista Galileu.

Analisando Costello

Durante um ciclo de sono de Costello, foram observados quatro episódios ao longo de 52 dias em que ele despertava bruscamente e apresentava movimentos erráticos. Em um desses momentos, Costello ficou intensamente vermelho e expeliu uma grande nuvem de tinta, comportamento associado a situações de defesa contra predadores ou conflitos com outros polvos.

Os cientistas propõem que essas reações observadas podem representar distúrbios do sono ou pesadelos, possivelmente ligados a experiências estressantes anteriores. O estudo destaca a complexidade emocional dos polvos e sugere que esses animais podem ter respostas ao estresse e ao sono mais sofisticadas do que se imaginava, revelando a necessidade de mais investigações sobre suas capacidades cognitivas e emocionais.