Pesquisadores mergulharam até o naufrágio de Antikythera, localizado no Mar Egeu, na costa da Grécia; para professor, se trata de "naufrágio único da antiguidade"
Publicado em 04/07/2024, às 10h59 - Atualizado em 06/07/2024, às 15h14
Na última segunda-feira, 1, a Escola Suíça de Arqueologia na Grécia (ESAG) publicou um comunicado em que anunciaram o mergulho de arqueólogos em uma expedição ao naufrágio de Antikythera, localizado no Mar Egeu, na costa da Grécia. A embarcação, que se encontra no Mar Mediterrâneo, remonta a mais de 2.000 anos.
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Em entrevista à Fox News Digital, Lorenz E. Baumer, professor da Universidade de Genebra, disse que o Antikythera é "sem dúvida, um naufrágio único da antiguidade".
Ao veículo, o historiador explicou que a embarcação afundou entre os anos 80 e 60 a.C.; ele também descreveu o Antikythera como "o mais rico [antigo navio comercial] já descoberto no Mediterrâneo Oriental".
Ele veio do Mediterrâneo Oriental e provavelmente estava indo para Roma”, apontou. "Podemos aprender muito com isso sobre o mercado e as cargas marítimas durante o século 1 a.C."
Além do Antikythera, o pesquisador ainda relatou que existe um segundo naufrágio que foi descoberto a apenas 200 metros de distância, o que levou os arqueólogos a especularem que as embarcações teriam viajado juntas.
No comunicado de imprensa, os especialistas da ESAG apontaram que os mergulhadores encontraram "tesouros escondidos" — cerca de 300 objetos, o que incluíam fragmentos de estátuas de mármore.
"Eles produziram uma riqueza de material arqueológico: cerca de 300 objetos, incluindo 21 pedaços de mármore, vários fragmentos e outros elementos estruturais do casco do navio e mais de 200 cacos de cerâmica", explicou o comunicado.
Os fragmentos de mármore descobertos sugerem a presença de várias estátuas, enquanto a análise das ânforas revelou uma abundância de tipos variados, incluindo ânforas de Quios e Rodes", prosseguiu a nota.
O naufrágio foi descoberto em 1900. Desde então, inúmeras estátuas de mármore foram recuperadas. No início do século passado, o mergulhador Elias Stadiatis encontrou estátuas de mármore no fundo do naufrágio e ficou visivelmente abalado com o que viu, gaguejando sobre ter visto um "monte de pessoas mortas e nuas", repercute o New York Post.
O naufrágio é famoso pelo mecanismo de Antikythera, uma calculadora mecânica que foi recuperada do local em 1901. O mecanismo é um dos dispositivos de computação mais antigos do mundo.
Ainda à Fox, Lorenz E. Baumer explicou que enquanto a maioria dos pesquisadores se concentrou nos artefatos encontrados na embarcação, sua equipe está tentando "entender o naufrágio e os destroços como um todo".
"Com as peças de madeira que encontramos, esperamos descobrir quando exatamente e talvez também onde foi construído", disse Baumer. "Ele está localizado a uma profundidade entre 45 a 70 metros abaixo do nível do mar, o que ajudou a preservá-lo".
Por fim, o professor também acrescentou que sua equipe empregou mergulhadores profissionais e drones subaquáticos para entender melhor o naufrágio. "Até este ano, muito pouco se sabia sobre o navio em si, principalmente a partir de algumas tábuas que o famoso pesquisador subaquático recuperou".
"Este ano, encontramos pela primeira vez uma parte pequena, mas estrutural, do casco que está fornecendo informações importantes sobre a construção do navio e que provavelmente está em sua posição original", disse.
Se isso for confirmado, poderemos aprender muito sobre a posição do naufrágio no fundo do mar, e sobre suas dimensões e estado de preservação, então a pesquisa está abrindo novas questões a serem investigadas", finalizou.