A regurgitalita chama a atenção visto a quantidade de ossos presentes, animais envolvido e sua localização
Nos Estados Unidos, durante uma escavação realizada na Formação Morrison — um famoso sítio arqueológico do período Jurássico —, alguns paleontólogos descobriram um fóssil inusitado: uma pilha de ossos de anfíbio. Segundo as constatações, eles teriam sido vomitados por algum animal local, formando o que se chama de regurgitalita.
As pesquisas foram realizadas por especialistas do Utah Geological Survey, da Divisão de Parques Estaduais de Utah, e do Flying Heritage & Combat Armor Museum, de Washington. As informações sobre a descoberta foram divulgadas, por sua vez, na edição de agosto do periódico acadêmico PALAIOS.
O motivo de a descoberta ser inusitada para o local se deve pelo fato de o acúmulo de ossos pertencer a alguns anfíbios, como sapos e salamandras, enquanto ali normalmente se encontram somente restos fossilizados de plantas e outros tipos de matérias orgânicas, e não de animais, como informado pela Revista Galileu.
Além disso, no momento da descoberta, os pesquisadores ficaram intrigados por acreditar que se tratavam de ossos de apenas um animal, mas eles não se encaixavam e haviam alguns repetidos, impossibilitando a construção de um esqueleto. Foi só depois de considerável observação que puderam constatar que os ossos pertenciam a mais de um animal, até mais de uma espécie, e tinham sido vomitados por um predador.
Durante uma escavação realizada na Formação de Morrison em 2018, alguns fósseis de anfíbios e peixes de barbatana também foram encontrados, o que indica que a região possivelmente abrigava um lago, ou simplesmente uma lagoa, no passado.
Normalmente não há restos de animais neste local, e os ossos que encontramos não estavam espalhados [entre a rocha], mas estavam concentrados nesse local. Esses são os primeiros ossos que já vimos lá", conta Foster, um dos envolvidos na pesquisa, ao portal Live Science.
Ao todo, quase uma dúzia de fragmentos de ossos foram encontrados agrupados no local, além de uma matriz de tecidos moles fossilizados. Segundo o paleontólogo, ainda não se sabe exatamente qual espécie de animal predou os pequenos anfíbios, e depois os vomitou, mas um Amia calva — espécie de peixe de barbatana — seja o maior "suspeito atual".
Achamos que há mais nessa coisa do que apenas os minúsculos ossos de anfíbios. Ao fazer uma análise química, podemos começar a descartar e determinar do que exatamente os tecidos moles são compostos", completou Foster.