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Notícias / Ciência

Pesquisa analisa o acontece no cérebro durante a morte

Atividade cerebral observada em paciente durante parada cardíaca sugere que o acontece no cérebro durante os instantes finais da vida

Gabriel Marin de Oliveira Publicado em 23/07/2024, às 18h16

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Imagem ilustrativa de um cérebro - Getty Images
Imagem ilustrativa de um cérebro - Getty Images

Pesquisas recentes sugerem que a vida pode realmente passar diante de nossos olhos no momento da morte. Em um caso extraordinário, um paciente de 87 anos teve sua atividade cerebral monitorada durante uma parada cardíaca, fornecendo dados inéditos sobre as mudanças elétricas no cérebro no momento da morte. Este incidente aconteceu em 2016, quando o enfermo foi submetido a uma cirurgia para tratar um hematoma subdural.

Após a cirurgia, o paciente começou a ter convulsões e foi conectado a um eletroencefalograma (EEG) para monitorar sua atividade cerebral. Durante o monitoramento, ele sofreu uma parada cardíaca e, seguindo suas diretrizes de não ressuscitação, faleceu ainda com os eletrodos conectados. Os dados coletados foram analisados e publicados em 2022 na revista Frontiers in Aging Neuroscience.

Os exames revelaram um aumento significativo na atividade em partes do cérebro relacionadas à recuperação da memória, meditação e sonho, tanto nos 30 segundos antes quanto depois da parada cardíaca.

As oscilações neurais observadas, também conhecidas como ondas diretas, estão ligadas a diferentes funções executivas do cérebro. A presença dessas ondas intrigou os cientistas, sugerindo que o cérebro do paciente poderia estar reproduzindo memórias de toda a sua vida nos momentos finais.

Dr. Ajmal Zemmar, neurocirurgião e autor principal do estudo, teoriza que o cérebro, ao gerar oscilações envolvidas na recuperação da memória, pode proporcionar uma última lembrança de eventos importantes da vida, similar ao que é descrito em experiências de quase-morte.

Essas descobertas desafiam nossa compreensão de quando exatamente a vida termina e geram questões importantes subsequentes, como as relacionadas ao momento da doação de órgãos", afirmou Zemmar em nota.

Resultados consistentes

Embora o estudo tenha limitações, como o fato de ter sido realizado em apenas uma pessoa idosa com epilepsia e em uma situação grave de sangramento cerebral, os resultados são consistentes com testes anteriores.

Em 2013, um estudo com ratos revelou padrões semelhantes de atividade cerebral antes e depois da morte, sugerindo que a recuperação da memória pode ser uma experiência universal em mamíferos morrendo.

Zemmar destacou que, apesar de não poder afirmar com certeza que esses padrões estão relacionados à memória, ele espera que a descoberta ofereça algum conforto àqueles que perderam entes queridos.

"Espero que isso lhes dê a calma de saber que talvez uma pessoa não esteja sofrendo, mas sim revivendo algumas das melhores lembranças e momentos de sua vida antes de partir", concluiu o doutor em entrevista à CBC.


*Sob supervisão;