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Notícias / Mundo

Paquistão: Exército resgata reféns de trem sequestrado por militantes

Operação militar em andamento no Baluchistão para libertar passageiros mantidos como escudos humanos pelo grupo separatista BLA

Gabriel Marin de Oliveira, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 12/03/2025, às 13h00

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Militares estão na estação de trem do Paquistão - Getty Images
Militares estão na estação de trem do Paquistão - Getty Images

Um confronto tenso e prolongado entre militares paquistaneses e militantes armados do Exército de Libertação Balúchi (BLA) mantém o país em alerta máximo. O impasse, que já dura mais de 24 horas, teve início com o sequestro do trem Jaffer Express, que transportava cerca de 450 passageiros da capital do Baluchistão, Quetta, para Peshawar, no norte do país.

O ataque, que ocorreu na última terça-feira, 11, foi realizado por um grupo de militantes que abriram "tiros intensos" enquanto o trem passava por um túnel, no início da viagem. O BLA, um grupo separatista ativo na província do Baluchistão, rica em minerais, assumiu a responsabilidade pelo ataque.

As forças armadas do Paquistão lançaram uma operação para confrontar os agressores, que, segundo fontes de segurança, estão usando "mulheres e crianças como escudos humanos". Na tarde desta quarta-feira, 12, 190 reféns foram resgatados e 30 militantes foram mortos, de acordo com fontes de segurança. No entanto, o número exato de pessoas ainda em cativeiro permanece incerto.

Relatos de testemunhas descrevem cenas de caos e terror durante o ataque. Uma mulher resgatada comparou a situação ao "Dia do Julgamento", enquanto outro passageiro relatou ter visto mais de 100 pessoas armadas no trem.

Até o momento, pelo menos 10 civis e membros das forças de segurança do Paquistão perderam a vida no conflito. As fontes de segurança acusam os militantes de manterem contato com agentes no Afeganistão, uma alegação que agrava ainda mais as tensões na região.

Preocupação

O sequestro do trem é considerado um ato audacioso por parte do BLA, que busca maior autonomia política e desenvolvimento econômico para o Baluchistão. A ação também destaca a crescente deterioração da segurança no Paquistão, um problema que o governo enfrenta há décadas.

A população do Baluchistão, predominantemente do grupo étnico balúchi, sofre com a marginalização e a pobreza, alimentando um sentimento de distanciamento do governo federal. A insurgência ganhou força nos últimos anos, especialmente após o arrendamento do porto de águas profundas de Gwadar à China.

Segundo a CNN, o ataque ao trem representa uma escalada na sofisticação dos ataques dos insurgentes, segundo analistas. O governo paquistanês, por sua vez, promete intensificar a luta contra o terrorismo, mas especialistas alertam para a necessidade de uma revisão urgente das políticas de segurança no Baluchistão.

A situação exige atenção global, especialmente da China, que possui investimentos significativos na região. A comunidade internacional observa atentamente o desenrolar do conflito, que pode ter implicações profundas para a estabilidade do Paquistão e da região.