Ao serem cúmplices dos crimes de Israel contra as populações árabes, essas corporações privadas infringem artigos relevantes do direito internacional
Nesta quarta-feira, 12, o escritório de direitos humanos da Organização das Nações Unidas emitiu um relatório inédito divulgando o nome de empresas que estão envolvidas em transações comerciais em regiões de colonização ilegal israelenses na Cisjordânia. Na lista, estão as corporações Airbnb, Expedia, TripAdvisor, Motorola, General Mills, Egis Rail e JC Bamford Excavators.
Segundo o Al Jazeera, o órgão identificou 112 entidades empresariais envolvidas diretamente com assentamentos israelenses, sendo 18 delas cúmplices em ocupações fora do país.
"Estou consciente de que esta questão foi e continuará sendo altamente controversa", anunciou Michelle Bachelet, que chefia a Comissão de Direitos humanos da ONU, em comunicado de seu escritório. A ex-presidente do Chile relatou que antes da divulgação, todas as empresas passaram por uma meticulosa investigação para impedir a divulgação de falsas informações.
O ministro palestino Riyad al-Maliki comemorou a exposição das companhias, chamando o relatório da ONU de "vitória do direito internacional".
"A publicação desta lista de empresas e entidades que operam nos assentamentos é uma vitória do direito internacional e dos esforços diplomáticos", afirmou em comunicado.
Com as denúncias, o futuro da atuação dessas empresas em regiões ilegais pode estar em jogo. De acordo com a repórter Stephanie Dekker, da Al Jazeera, o relatório “não tem nenhuma legalidade em termos de implementação de consequências para essas empresas, mas as abre ao potencial para qualquer movimento de desinvestimento e sanções de boicote”.
O primeiro-ministro palestino Mohammed Shtayyeh afirmou que disse que se esforçará para que as empresas citadas “fechem imediatamente sua sede e filiais em assentamentos ilegais de Israel”.