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Notícias / Brasil

Bolsonaro ataca Alberto Bachelet, general torturado e morto pela Ditadura Militar do Chile

O comentário se deu após Michelle Bachelet, comissária da ONU e filha de Alberto, alertar sobre “a redução do espaço cívico e democrático” no Brasil

Fabio Previdelli Publicado em 04/09/2019, às 17h00

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Jair Bolsonaro e Michelle Bachelet - Reprodução
Jair Bolsonaro e Michelle Bachelet - Reprodução

Nesta quarta, 4, o presidente Jair Bolsonaro causou polêmica mais uma vez ao rebater o comentário feito pela alta comissária da ONU para direitos humanos e ex-presidente do Chile, Michelle Bachelet. Bolsonaro defendeu a tortura e morte de seu pai, Alberto Bachelet, que se opôs ao regime ditatorial que derrubou Salvador Allende.

A réplica se deu após uma declaração de Michelle durante uma coletiva em Genebra. “Nos últimos meses, observamos (no Brasil) uma redução do espaço cívico e democrático, caracterizado por ataques contra defensores dos direitos humanos, restrições impostas ao trabalho da sociedade civil”, disse ela.

A comissária da ONU também apontou um aumento de número de pessoas mortas por policias no Brasil, que afeta mais a negros e a moradores de favelas. Ela lamentou o “discurso público que legitima as execuções sumárias” e a persistência da impunidade. Outro ponto questionado pela ex-presidente chilena foi a política do governo que facilita o acesso a armas.

Reprodução da página do Facebook de Jair Bolsonaro / Crédito: Reprodução


Bolsonaro declarou em suas redes sociais que ela “segue a linha de Macron em se intrometer nos assuntos internos e na soberania brasileira, investe contra o Brasil na agenda de direitos humanos (de bandidos), atacando nossos valores policiais civis e militares”. A publicação ainda inclui uma foto de Bachelet, quando presidente do Chile, ao lado de Dilma Rousseff e Cristina Kirchner.

Ao sair do Palácio da Alvorada para cumprir uma agenda em Anápolis, o presidente voltou a criticá-la: “Senhora Michelle Bachelet, se não fosse o pessoal do Pinochet derrotar a esquerda em 1973, entre eles o teu pai, hoje o Chile seria uma Cuba. Eu acho que não preciso falar mais nada para ela. Quando tem gente que não tem o que fazer, vai lá para a cadeira de Direitos Humanos da ONU”.

"[Michelle Bachelet] está acusando que eu não estou punindo policiais, que estão matando muita gente no Brasil. Essa é acusação dela. Ela está defendendo direitos humanos de vagabundos", afirmou.

Alberto Bachelet / Crédito: Reprodução

Quem foi Alberto Bachelet e quais torturas ele sofreu?

Alberto Bachelet era general de brigada da Força Aérea Chilena. Foi preso e torturado em 1973, pelo regime do ditador chileno Augusto Pinochet. Um ano depois, ele morreu, aos 50 anos, vítima de um ataque cardíaco após ter sido submetido a sucessivas torturas físicas e psicológicas.

Em 2014, dois ex-militares que haviam sido colegas de Alberto dentro das Forças Armadas foram condenados por torturar e causar a morte do general.  Quando estava preso, Bachelet escreveu uma carta à sua família que dizia: “sempre pensei que o ser humano é a coisa mais maravilhosa desta criação e deve ser respeitado por isso, mas me encontrei com camaradas que conheço há 20 anos, meus alunos, que me trataram como um delinquente ou como um cachorro”.