O presidente vitalício trouxe conquistas importantes para o país, como uma moeda forte e o fim do analfabetismo infantil, porém sua ambição também acabou causando sua desgraça
Francisco Solano López foi o governante que administrava o território paraguaio durante toda a famigerada Guerra do Paraguai, que terminou com a derrota do país.
O conflito se estendeu por seis anos, e o mandato de Solano teve oito, terminando com sua morte em 1870.
Conheça abaixo alguns dos aspectos da vida e trajetória política do ditador que caiu em desgraça junto com o conflito que trouxe enormes perdas materiais e humanas para o Paraguai.
Francisco foi preparado para assumir as rédeas do país desde seu nascimento. Filho de Carlos Antonio López, soberano anterior e presidente vitalício, o jovem López foi enviado para estudar na França (que na época era comandada pelo imperador Napoleão III, o sobrinho de Bonaparte).
Após voltar à sua terra natal, ele foi nomeado como general de brigada com apenas 18 anos de idade. Sua formação, afinal de contas, tivera fortes tons militaristas.
Conforme repercutido pelo Ebiografia, ele prosseguiu assumindo títulos influentes graças à seu progenitor, que o selecionou para ser Ministro da Guerra e da Marinha.
O governo de Solano começou em 1862, em ocasião da morte de seu pai. Ele deu continuidade às políticas públicas nacionalistas empreendidas pelos presidentes anteriores.
O Paraguai era, naquela época, a nação latino-americana com a economia mais forte. A moeda paraguaia era valorizada, a indústria possuía diversos setores bem desenvolvidos e os produtos nacionais eram protegidos do capital estrangeiro.
Francisco foi ainda capaz de estabelecer uma balança comercial favorável, além de ter tomado medidas como distribuição de terras para pessoas em condição de necessidade e conseguido extinguir analfabetismo infantil no país.
Solano começou alimentar pretensões de conduzir uma expansão imperialista, e construir aquele que chamava de "Grande Paraguai", um território que incluiria não apenas a região já controlada pela nação, mas também áreas do Uruguai, da Argentina, e do Brasil (no nosso caso, o soberano queria o Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul).
Para tanto, o ditador estabeleceu o alistamento militar obrigatório, por exemplo, e investiu na indústria bélica.
Todo esse plano, evidentemente, não caiu bem com os outros países. O gatilho que iniciou o conflito, por sua vez, foi a interferência das forças paraguaias em meio às ações do exército brasileiro no Uruguai.
Embora a principio o Brasil, a Argentina e o Uruguai tenham unido forças naquilo que foi chamado de "Tríplice Aliança", as duas nações acabaram se recolhendo da Guerra do Paraguai para lidar com outros problemas, o que deixou apenas as tropas brasileiras ainda engajadas nas batalhas, de acordo com o que foi documentado pelo Brasil Escola.
Foi nesse ponto que o Duque de Caxias realizou a reestruturação das Forças Armadas. Foi injetada uma grande quantidade de dinheiro no exército, fornecendo equipamentos e treinamento, o que afinal resultou com os paraguaios sendo vencidos.
Francisco foi perseguido e encurralado pelos soldados do Brasil, sendo executado em 1°de março de 1870 por um militar gaúcho conhecido pelo apelido de "Chico Diabo".
Esse foi o fim do governador e seus planos para o Paraguai, que foi arrasado pelas seguidas batalhas, que ocorreram principalmente dentro deu território.