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Notícias / Dinossauros

Novo estudo sugere existência de 'corredor para dinossauros' entre Brasil e África

Nova pesquisa que encontrou pegadas semelhantes no Brasil e em Camarões, na África, sugere existência de antigo corredor para dinossauros

Éric Moreira
por Éric Moreira

Publicado em 29/08/2024, às 13h00

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Pegadas de dinossauros descobertas no nordeste brasileiro - Divulgação/Ismar de Souza Carvalho
Pegadas de dinossauros descobertas no nordeste brasileiro - Divulgação/Ismar de Souza Carvalho

Recentemente, uma nova pesquisa encontrou, no nordeste do Brasil, uma série de pegadas de dinossauros semelhantes a outras encontradas em Camarões, na África. Com essa descoberta, os pesquisadores sugerem que os dinossauros teriam vagado, no passado, por um estreito corredor que conectava a América do Sul e a África, que ainda eram unificadas no supercontinente Gondwana.

O novo estudo foi publicado pelo Museu de História Natural do Novo México e, entre os autores principais, está o geólogo e pesquisador brasileiro Ismar de Souza Carvalho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Já as pegadas, vale mencionar, foram feitas há cerca de 120 milhões de anos.

Conforme repercutido pelo g1, em sua maioria, as pegadas foram preservadas na lama e lodo, em áreas que, no passado, correspondia a rios e lagos. No Brasil, sendo mais específico, foram encontradas no Planalto da Borborema — nos estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte —; já África, por sua vez, foram encontradas em Camarões.

Grande parte dos registros foram descritos como sendo deixados por carnívoros terópodes de três dedos. No entanto, também havia pegadas de saurópodes (os famosos dinossauros de pescoço comprido) e de ornitísquios (herbívoros com focinho em forma de bico).

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Corredor de dinossauros

Conforme descrito pelos pesquisadores no estudo, a semelhança entre as pegadas encontradas no Brasil e em Camarões sugere que os animais se moveram entre os continentes pelo que chamam de 'Corredor de Dispersão de Dinossauros', que existiu antes de o supercontinente Gondwana ser separado. Gondwana, vale mencionar, unia o que hoje corresponde à América do Sul, África, Índia, Austrália e Antártica.

Com as pegadas, agora os estudiosos acreditam que existiu, de fato, um corredor estreito que unia o Brasil e a África, possibilitando a movimentação de espécies pelas regiões. Segundo a pesquisa, o nordeste da região da Borborema, no nordeste brasileiro, era encostada na região que hoje corresponde ao Golfo da Guiné, na África. Os dinossauros andavam distâncias de até 4,9 mil quilômetros nesse corredor.

As pegadas de dinossauros nos ajudam a entender a história geológica de uma região que se separou há milhões de anos", afirma Louis L. Jacobs, paleontólogo da Southern Methodist University, no Texas, e principal autor do estudo, ao The New York Times.