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Notícias / Vulcão

Nova pesquisa revela vulcão instável de lava negra e intriga cientistas

Um vulcão na Tanzânia chamou a atenção dos pesquisadores pela peculiaridade de sua lava, uma mistura escura e acinzentada

Redação Publicado em 07/08/2024, às 18h21

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Imagem do Ol Doinyo Lengai, na Tanzânia - Licença Creative Commons via Flickr
Imagem do Ol Doinyo Lengai, na Tanzânia - Licença Creative Commons via Flickr

O magma dos vulcões é frequentemente associado a uma aparência vermelha e quente, mas o Ol Doinyo Lengai, na Tanzânia, apresenta uma lava peculiar: uma mistura escura e acinzentada, tida como a mais fria do planeta.

As erupções desse vulcão único ocorrem em ciclos que alternam entre explosões violentas de magma de silicato e efusões de lava rara de natrocarbonatita. É essa lava de natrocarbonatita que confere a cor negra ao magma expelido, conforme um artigo publicado na revista científica Nature.

Além disso, o Ol Doinyo Lengai tem a lava mais fria do mundo, com temperaturas variando entre 480 °C e 590 °C, enquanto outros vulcões podem ter magma com temperaturas de até 1.200 °C, conforme repercutido pelo UOL.

Explicação

A ausência de cadeias de sílica no magma de carbonatito reduz sua viscosidade e estrutura, permitindo que ele entre em erupção a temperaturas mais baixas. O magma de carbonatito é composto principalmente de carbonato de cálcio (CaCO₃), cálcio, dióxido de carbono e sódio, em contraste com o magma de silicato, que possui altas concentrações de sílica (SiO₂) e é comum na maioria dos vulcões.

A lava de carbonatito é inicialmente escura devido aos minerais que a compõem. Após a erupção, ela se decompõe rapidamente ao entrar em contato com água ou com a atmosfera úmida, mudando de cor para branco à medida que esfria e oxida.

Pesquisadores confirmaram que a cratera do vulcão está afundando, conforme estudo publicado na revista Geophysical Research Letters. Entre 2013 e 2023, uma área de solo com aproximadamente 0,5 km de diâmetro afundou 3,6 cm por ano. Essa conclusão foi obtida por meio da análise de imagens de satélite, que documentaram as mudanças na topografia ao redor do cume do Ol Doinyo Lengai.

Uma das causas prováveis para o afundamento é a presença de um reservatório de magma raso, localizado a menos de um quilômetro de profundidade abaixo do cume, que pode ter esvaziado. Processos de deformação no cume de vulcões ativos podem levar a um “colapso catastrófico”. Cientistas alertam para a necessidade de monitorar de perto os eventos dentro e ao redor do Ol Doinyo Lengai para prevenir possíveis desastres.