Futuro conselheiro de segurança nacional da Casa Branca classificou movimentação no Ártico como uma potencial ameaça à segurança nacional dos Estados Unidos
O futuro conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Mike Waltz, afirmou em entrevista ao canal Fox News que Rússia e China estão utilizando navios quebra-gelo no Ártico para explorar os recursos naturais da Groenlândia.
Waltz classificou a movimentação como uma potencial ameaça à segurança nacional dos Estados Unidos, destacando o interesse estratégico na região:— Trata-se de minerais essenciais, petróleo, gás e segurança nacional. À medida que as calotas polares se retraem, os chineses constroem quebra-gelos e avançam para lá também.
Os quebra-gelos, embarcações projetadas para navegar por superfícies congeladas, tornaram-se estratégicos para acessar as vastas reservas de petróleo, gás e minerais essenciais da Groenlândia, fundamentais para a indústria tecnológica.
O Kremlin anunciou estar "seguindo de perto" as declarações de Donald Trump sobre a Groenlândia, território dinamarquês que entrou no centro de disputas geopolíticas após o republicano sugerir sua anexação aos EUA. De acordo com o portal O Globo, Trump já havia proposto comprá-la, provocando críticas de líderes europeus e da Otan.
Localizada entre os oceanos Atlântico e Ártico, a Groenlândia é a maior ilha do mundo, coberta em 80% por gelo. Além de sua riqueza mineral, possui importância geoestratégica, sendo ponto-chave entre EUA e Rússia pelo Polo Norte, além de uma rota naval curta entre EUA e Europa. A Base Espacial Pituffik, construída nos anos 1950, reforça essa relevância, funcionando como um sistema avançado de alerta antimísseis.
Com o aquecimento global e o derretimento acelerado das calotas polares, a região passou a ganhar novas rotas marítimas e um papel ainda mais estratégico. Um estudo do Centro de Estudos Internacionais e Estratégicos (CSIS) destaca que aeroportos e portos da Groenlândia podem se tornar bases cruciais para patrulhas no Atlântico Norte e sistemas de detecção de submarinos.
A retórica de Trump sobre a Groenlândia não irritou apenas a Rússia. Líderes europeus, como a chanceler da União Europeia, Kaja Kallas, defenderam a soberania da ilha e apoiaram declarações do premier groenlandês, Múte Egede, que reafirmou que "a ilha não está à venda". Apesar das tensões, Kallas afirmou que as relações entre Dinamarca e EUA permanecem boas, destacando a relevância do Ártico tanto para segurança quanto para mudanças climáticas.
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