O réptil botou 14 ovos em janeiro de 2018, mas o estudo só foi revelado nesta quarta-feira, 7
Pesquisadores relataram pela primeira vez um caso de partenogênese facultativa em uma fêmea de crocodilo, ou seja, quando o animal consegue ter descendentes mesmo sendo “virgem”. A mais nova mamãe botou ovos sem ter a fecundação de um macho. Ela está isolada há, ao menos, 16 anos.
O caso aconteceu nesta quarta-feira, 7, no Parque Reptilandia, na Costa Rica, na revista Biology Letters. Em 2002, a fêmea foi levada para viver em cativeiro, quando tinha somente 2 anos de idade. Em janeiro de 2018, ela botou uma ninhada de 14 ovos por conta própria, mas eles não eclodiram.
Através de um programa de computador chamado ParthenoGenius, a equipe de pesquisadores confirmou que os crocodilos que estavam em desenvolvimento eram partenogênicos, que eram compostos por material genético exclusivo da mãe. A equipe disse que o estudo foi “decepcionante”, já que o ovo não eclodiu como o esperado. Contudo, é comum que ovos produzidos assim não cresçam.
Warren Booth, principal autor da pesquisa, disse ao site IFLScience: “Com jiboias e pítons, tendemos a ver partenogênicos nascidos externamente saudáveis”. “Com cobras venenosas, como cascavéis, serpentes etc., e cobras-d'água e cobras jarreteiras, vemos o contrário. A maioria dos partenogênicos são natimortos ou gravemente deformados”.
Essa descoberta, segundo a Revista Galileu, revela que o fenômeno da partenogênese está presente nos vertebrados arcossauros (grupo que inclui os crocodilianos e as aves). A partir desse estudo, é possível que os seres pré-históricos também fossem partenogênicos.
Durante bastante tempo, essa técnica era considerada uma “síndrome de cativeiro”, mas Booth explicou que, nos últimos anos, vários partenogênicos foram encontrados na natureza. Logo, é provável que “partos virgens” sejam reconhecidos mais em animais em cativeiro pois há tratadores por perto para os notar.