Segundo estudo, a mais antiga evidência de um canino doméstico data de um período muito mais distante que o imaginado
Durante mais de duas décadas, arqueólogos vêm investigando o interior inexplorado das cavernas de calcário no arquipélago de Haida Gwaii, na costa norte da Colúmbia Britânica. Por lá, os pesquisadores fizeram uma importante descoberta, que foi detalhada em artigo publicado na Quaternary Science Reviews.
A pesquisa anunciou o achado de restos do cão doméstico mais antigo das Américas. Segundo a equipe, liderada por profissionais do instituto Hakai, um dente de um canino doméstico foi datado de 13.100 anos atrás após análise de DNA e por datação de radiocarbono.
Até então, a evidência mais antiga da domesticação de cães na América eram dos restos mortais de um cachorro, encontrado em Illinois, Estados Unidos, que tinha entre 10.190 e 9.630 anos.
A testagem do material genético do animal constatou que o cão era parente do contemporâneo lobo cinzento, encontrado na América do Norte. Além disso, os pesquisadores também encontraram artefatos humanos na caverna, o que inclui ferramentas de pedra e pontas de lança — que podem indicar que os antigos humanos ocuparam a região cerca de 200 anos antes do que se imaginava.
O estudo destaca as três principais cavernas que foram exploradas, onde foram encontrados mais de 1.000 restos mortais de antigos animais, como ursos-pardos de 17.200 anos e até mesmo salmões e viados que viveram entre 13 mil e 11 mil anos atrás.
Quentin Mackie, um arqueólogo da Universidade de Victoria e um dos especialistas em vasculhar cavernas, disse à revista Hakai: “Não tínhamos expectativa de encontrar artefatos nessas cavernas”.
“Todas as três [cavernas] tinham evidências arqueológicas, então meu palpite é que existem centenas de cavernas comparáveis na costa”, completou o pesquisador.