Visitantes poderão ver o meteorito Bendegó e o esqueleto de uma baleia, enquanto a reconstrução do acervo do museu continua
O Museu Nacional, no Rio de Janeiro, reabrirá parcialmente suas portas ao público no dia 5 de junho, quase seis anos após o incêndio que destruiu grande parte de seu acervo. A reabertura se dará de forma gradual, com a conclusão total das obras prevista para 2028.
Nesta primeira etapa, os visitantes terão acesso a uma área restrita do Bloco 1 do palácio, onde poderão ver o famoso meteorito Bendegó e o esqueleto de uma baleia-cachalote de 15,7 metros, que será pendurado a dez metros de altura.
"A ideia é que todo o bloco 1 volte a ter uma cara histórica, com intervenções sutis de contemporaneidade. Vamos trazer de volta o que era o Museu Nacional, com toda a decoração, todos os forros, todas as pinturas decorativas que estamos conseguindo resgatar", disse o arquiteto Wallace Caldas ao Globo.
A reconstrução do acervo do museu continua em andamento, com a expectativa de receber 1,1 mil fósseis, incluindo dois dinossauros. A restauração do fóssil humano Luzia, o mais antigo da América do Sul, também está nos planos.
"Será um trabalho complexo de restauração da nossa grande guerreira. Agora, com esses recursos, podemos pensar nisso", exaltou o diretor do Museu Nacional, Alexander Kellner, ao Globo.
As obras de restauração do prédio histórico estão em andamento desde 2021. Até o momento, 80% do telhado e 75% das fachadas foram restaurados. A instalação de uma claraboia de 30 toneladas também foi um dos desafios superados.
"Este projeto talvez seja o mais complexo que o Brasil já enfrentou, pelas características da edificação, pela perda trágica do seu acervo e pela desconfiguração do próprio equipamento", destacou o diretor-presidente do Instituto Cultural Vale, Hugo Barreto, ao Globo.
A reconstrução do Museu Nacional tem um custo estimado de R$ 516,8 milhões. Até o momento, foram arrecadados R$ 346,8 milhões, com destaque para as doações do BNDES, Vale e Bradesco.
O Museu Nacional busca criar um fundo de sustentação financeira para garantir seu funcionamento a longo prazo: "Também vamos trabalhar para criar um fundo de sustentação financeira do Museu Nacional. Não podemos encerrar este capítulo e depois não ter recursos para manter as atividades deste patrimônio cultural que o Rio de Janeiro tem", ressaltou a diretoria do Museu ao Globo.
Segundo 'O Globo', a expectativa é que o museu volte a ser um importante centro cultural e científico do país.