Apesar dos avanços realizados após o incêndio devastador, diretor considera o esforço lento e frustrante
Pouco mais de um ano se passou desde que um incêndio catastrófico destruiu o Museu Nacional do Rio de Janeiro, devastando a maioria dos 20 milhões de artefatos de seu acervo. Agora, diretores da instituição planejam reabrir as portas de uma das alas em 2022.
Denise Pires de Carvalho, reitora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, responsável pelo museu, anunciou o plano em coletiva na Academia Brasileira de Ciências. “Nossa intenção é inaugurar uma parte do palácio reconstruído em 2022 com exposições que permitam celebrar o bicentenário da independência do Brasil”.
Já foram arrecadados cerca de R$ 16 milhões dos 30 necessários para a reestruturação de uma das áreas. Até agora, o governo liberou cerca de 2% do orçamento que será usado na primeira fase da reconstrução.
Inicialmente, o valor utilizado nessa etapa seria de R$ 55 milhões, mas um contingenciamento orçamentário — imposto pelo atual governo — reduziu essa base para cerca de R$ 43 milhões.
Vale lembrar que o orçamento para a reconstrução total do Museu Nacional pode passar dos R$ 125 milhões. ONGs, a UNESCO e governos estrangeiros – incluindo a Alemanha – também estão arrecadando fundos para as obras. Este mês, equipes devem começar a restauração do telhado e da fachada do edifício.
Mesmo com o projeto em avanço, o diretor Alexandre Kellner disse à Associated Press que o esforço feito é lento e frustrante. Recentemente Kellner foi informado que precisaria apresentar um documento que comprovasse que o incêndio aconteceu no local. “Peço às pessoas que governam o Brasil... repensem toda essa burocracia”, declarou.