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Mulher sobrevive a 'decapitação interna' e tem crânio reconectado à coluna

Após acidente bizarro durante aula de educação física e anos de complicações devido à síndrome de Ehlers-Danlos, médicos realizam cirurgia complexa

Gabriel Marin de Oliveira, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 14/04/2025, às 15h15

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Megan King - Reprodução/Instagram/@thetravelinghaloofhope
Megan King - Reprodução/Instagram/@thetravelinghaloofhope

Megan King, hoje com 35 anos, passou por uma provação médica inacreditável após sofrer uma "decapitação interna" quase fatal, na qual seu crânio se separou da coluna vertebral.

O incidente bizarro ocorreu anos após um acidente durante uma aula de educação física, e a complexa condição da mulher foi agravada por uma rara síndrome genética do tecido conjuntivo.

O pesadelo de King começou aos 16 anos, quando caiu ao tentar pegar uma bola durante uma partida de futebol. A queda resultou em lesões no tornozelo direito e na coluna, além de rompimento muscular em ambas as escápulas.

Ao longo de 22 cirurgias subsequentes, a condição da americana piorou progressivamente, culminando no diagnóstico de síndrome de Ehlers-Danlos hipermóvel (hEDS). Esta doença genética interfere na produção de colágeno do corpo, levando à instabilidade das articulações.

Um ano após o diagnóstico de hEDS, o pescoço de Megan deslocou-se, exigindo o uso de um restritivo "aparelho halo" com parafusos fixados diretamente em seu crânio para evitar movimentos.

A situação atingiu um ponto crítico durante a remoção do aparelho, quando o crânio dela se desprendeu completamente de sua coluna, resultando em uma luxação atlanto-occipital, conhecida como "decapitação interna" — uma condição com uma taxa de mortalidade de 90%.

Joguei minha cadeira para trás para evitar que a gravidade me decapitasse. Meu neurocirurgião teve que segurar meu crânio com as mãos. Eu não conseguia ficar de pé. Meu lado direito tremia incontrolavelmente", relembrou King ao Daily Mail.

A garota foi imediatamente submetida a uma cirurgia de emergência, onde os médicos conseguiram fundir seu crânio à coluna vertebral em uma tentativa desesperada de salvar sua vida. "Foi um show de horrores. Acordei sem conseguir mexer a cabeça", descreveu.

Sobrevivência

Contra todas as probabilidades, Megan sobreviveu à decapitação interna, uma lesão que frequentemente causa danos irreparáveis aos sinais nervosos entre o cérebro e o corpo, levando à paralisia de órgãos vitais como pulmões e coração.

Desde o acidente inicial, ela passou por um total de 37 cirurgias, resultando em seu corpo fundido do crânio à pélvis e na completa imobilidade de sua cabeça.

Sou literalmente uma estátua humana. Minha coluna não se move nem um pouco. Mas isso não significa que parei de viver", declarou King.

Segundo o 'New York Post', estudos indicam que decapitações internas são mais comuns em crianças vítimas de traumas devido ao desenvolvimento incompleto de seus ossos. No caso da americana, sua queda, combinada com a hEDS, foi suficiente para causar a rara e grave lesão, que representa menos de 1% de todas as lesões cervicais.

Apesar das limitações físicas extremas, Megan está gradualmente retornando aos hobbies que apreciava antes do acidente, incluindo uma recente partida de boliche. "Eu fiz um strike — na minha primeira tentativa. Meus amigos gritaram, aplaudiram e vibraram loucamente. Eles não estavam apenas comemorando o strike. Eles estavam comemorando tudo a que eu sobrevivi", compartilhou emocionada.

"Ainda estou aprendendo o que meu novo corpo pode fazer. Não é fácil, mas estou me adaptando. E sempre me surpreendo com o que ainda consigo realizar", concluiu King ao Daily Mail.