Parasita viveu no olho de mulher por dois anos antes de ser removido; ele provavelmente foi proveniente do consumo de carne de crocodilo
Na última quinta-feira, 11, foi publicado na revista Jama Ophthalmology um artigo em que é descrito um caso, no mínimo, bizarro, mas até mesmo único na literatura médica: uma mulher congolesa de 28 anos viveu por dois anos com um parasita em seu olho esquerdo. Ele foi então removido.
Conforme a Revista Galileu, este caso foi diagnosticado como se tratando de uma infecção rara, pois o parasita, geralmente, coloca seus ovos em cobras. Neste caso, a mulher pode ter contraído o parasita após ingerir carne de crocodilo possivelmente malcozida.
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O estudo aponta que a paciente, natural do Congo, não apresentava quaisquer sintomas, exceto por um crescimento no canto de seu olho esquerdo. Então, quando os médicos a examinaram, perceberam que o crescimento poderia se mover, e foi então que decidiram removê-lo mediante cirurgia.
Quando o removeram, se surpreenderam com o que viram: o parasita, que media cerca de 1 centímetro, havia se alojado na membrana externa transparente do olho da paciente. A larva foi descrita como pálida, e pertencia à espécie Armillifer grandis, que já é conhecida por causar outros tipos de infecções em humanos em regiões da África e da Ásia.
Porém, como já mencionado, esses parasitas dependem de cobras para completar seu ciclo de vida, depositando ovos nas vias respiratórias destes animais. Geralmente, a contaminação em humanos ocorre através da ingestão de alimentos ou água contaminados, ou mesmo contato próximo com cobras infectadas — o que não é o caso da congolesa de 28 anos, o que surpreendeu os médicos.
Ela informou aos pesquisadores que comia frequentemente carne de crocodilo. Então, eles puderam supor que o alimento possa ter sido infectado em alguma barraca de mercado.
"Nenhum caso de infecção ocular por Armillifer jamais foi relatado em indivíduos que comem carne de crocodilo, mas crocodilos podem ser infectados por pentastomídeos", afirmam os pesquisadores ao Live Science.
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Geralmente, infecções com esses parasitas não provocam sintomas em seus pacientes, o que é razão para grande risco. Isso porque elas podem passar despercebidas, resultando a complicações como perfuração de órgãos, reações imunológicas graves e, em casos extremos, a morte.
A infecção ocular, felizmente, facilitou a detecção de algo estranho. Também poderia ser relatada vermelhidão no local, dor, ou alterações na visão, e o tratamento seria uma remoção por cirurgia, além de reforço em medidas de higiene.