A descoberta instigou pesquisadores
Pedro Paulo Furlan, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 13/01/2022, às 16h47 - Atualizado às 16h48
Em uma região da Alemanha onde o povo celta não vivia, o estado de Brandenburg, um arqueólogo voluntário da Administração da Herança do Estado de Brandenburg e o Museu de Arqueologia Estadual, Wolfgang Herkt, encontrou cerca de 41 moedas de ouro.
O achado é enigmático para as autoridades em antigos meios monetários, mas, também para conhecedores da cultura e história celta.
Como este povo, que se espalhou por uma grande extensão da Europa, nunca foi registrado neste local na Alemanha, os arqueólogos exploram hipóteses de como as moedas acabaram em Brandenburg.
A maior aposta atualmente é de que os celtas tinham uma rede de comércio maior do que foi imaginado anteriormente e, durante a Idade do Ferro, estas moedas rondavam uma área externa da do povo celta, como explicou o numismata especialista Marjanko Pilekić, parte da equipe da Fundação Gotha na Alemanha, ao portal LiveScience.
É raro encontrar ouro em Brandenburg, mas, ninguém teria esperado ouro celta (..) Este achado estende a área de distribuição deste tipo de moedas mais uma vez, e tentaremos descobrir o que isto nos conta que não sabíamos anteriormente ou como altera o que achamos que sabíamos”, afirmou.
Os 41 artefatos fazem parte de um tipo de grupo monetário que conta com sua própria mitologia além dos celtas. Apelidadas de “regenbogenschüsselchen" em alemão, ou copos de arco-íris (diante do formato inusitado), as moedas encontradas assustavam e encantavam plebeus medievais.
De acordo com o relato e pesquisa de Pilekić, os copos de arco-íris eram, muitas vezes, encontrados nas terras ou seus campos após uma intensa chuva, desenterrados pelo próprio clima, e completamente limpos pelo mesmo motivo.
Como a lenda de que há um pote de ouro no fim do arco-íris, na crença popular, os copos de arco-íris eram encontrados onde o arco-íris tocou a Terra”, narrou.