Novo site do Memorial e Museu de Auschwitz-Birkenau compila informações de mais de 265 mil vítimas do campo de concentração nazista
Publicado em 28/11/2024, às 07h59
O Memorial e Museu de Auschwitz-Birkenau, onde existiu o maior campo de concentração durante o Holocausto, na Polônia, anunciou recentemente o lançamento de uma nova ferramenta que permite aos curiosos e interessados em história conhecer mais sobre as vítimas dos nazistas.
Em comunicado, a instituição informou que o novo site victims.auschwitz.org compila informações sobre 1.187 transportes de prisioneiros e de um total de 265.702 pessoas vitimadas em Auschwitz, bem como detalhes sobre o transporte até o local. Os dados podem ser consultados gratuitamente, e são resultados de "anos de trabalho" e da análise de "cerca de um milhão de documentos", informa o museu.
A ferramenta, conforme descrito por Piotr Cywinski, diretor do museu, é "destinada a historiadores e a todos os interessados em história, tanto familiares das vítimas ou sobreviventes, como pessoas que queiram saber um pouco mais sobre este sombrio capítulo do passado". O site foi apresentado oficialmente na última terça-feira, 26.
Recuperar e mostrar a identidade de certas vítimas de Auschwitz é uma parte muito importante de nossa missão", acrescenta Cywinski. "Porque os soldados da SS (corpo militar que dirigia os campos de extermínio nazistas) despojaram as vítimas da sua humanidade. ao destruir provas dos seus crimes, tentaram eliminar as suas identidades".
No entanto, com o novo site, cada vítima é valorizada individualmente, inclui o diretor do museu: "Para as autoridades do campo, as vítimas eram apenas números. Para nós, cada uma destas pessoas tem o seu nome, rosto e história".
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O site, conforme repercute o UOL, é fruto de anos de trabalho de uma equipe de arquivistas, contando com uma cronologia dos transportes para o campo de concentração de Auschwitz, e informação sobre o número de pessoas deportadas para lá e até quantas foram assassinadas nas câmaras de gás.
São compilados em detalhes dados sobre as deportações para o campo e o destino de cada uma das vítimas, descritas com nome e sobrenome, o que permite maior facilidade em achar informações.
As pesquisas na plataforma podem ser feitas a partir do sobrenome de vítimas, da data de encarceramento ou até mesmo a partir do local de deportação das pessoas, em um mapa interativo.
Vale mencionar ainda que o site se baseia em fontes como listas de transporte nazistas, memórias de poloneses enviados ao campo de Auschwitz e trabalhos acadêmicos, mas ainda assim compreendem apenas à "pequena porcentagem de documentos de arquivo preservados", de forma que "nem todas as vítimas são conhecidas pelo nome e sobrenome".
