Artista Phillippe Katerine fala sobre a polêmica e esclarece a mensagem de paz por trás da performance na abertura das Olimpíadas
A cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris, realizada na última sexta-feira, 26, gerou discussões acaloradas com a representação de uma cena inspirada no quadro 'Santa Ceia' de Leonardo da Vinci. Entre os destaques, o “homem azul”, interpretado pelo artista francês Phillippe Katerine, chamou atenção ao retratar Dionísio, o deus grego do vinho.
Durante a apresentação, Katerine, pintado de azul e seminu, cantou a música “Nue” (em português, “nu”). A cena provocou reações mistas ao redor do mundo, com alguns espectadores criticando a suposta referência ao cristianismo. Em entrevista à CNN, Phillippe esclareceu que a intenção não era desrespeitar nenhuma religião, mas sim transmitir uma mensagem de paz.
Teria havido guerras se tivéssemos ficado nus? A resposta talvez seja 'não', porque você não consegue esconder uma arma ou uma adaga quando está nu", afirmou Katerine, defendendo a ideia de que a nudez simboliza transparência e vulnerabilidade.
O francês também explicou que a atuação fazia referência aos Jogos Olímpicos da Grécia Antiga, onde os atletas competiam nus. Essa prática histórica foi usada para reforçar os valores de liberdade e igualdade, elementos centrais do espírito olímpico e dos ideais franceses.
A produção exigiu uma preparação meticulosa, com Phillippe passando por três horas de maquiagem e depilação completa do corpo. A complexidade da produção foi uma tentativa de garantir a fidelidade e o impacto visual da performance.
Após as críticas, a organização dos Jogos Olímpicos pediu desculpas por qualquer ofensa causada. Thomas Jolly, diretor artístico da cerimônia, reiterou que a apresentação não pretendia fazer referência ao cristianismo, mas sim celebrar os valores de liberdade, igualdade e fraternidade.
Anne Descamps, porta-voz dos Jogos de Paris 2024, também enfatizou que nunca houve a intenção de desrespeitar nenhum grupo religioso. A presença de drag queens e outros elementos fantasiosos na cena visava mostrar a diversidade e a inclusão, pilares importantes para a sociedade contemporânea.
Segundo o 'Terra', apesar das controvérsias, Katerine permanece firme em sua convicção de que a performance foi uma mensagem de paz. “A nudez e a vulnerabilidade são símbolos de uma sociedade sem armas e sem violência”, disse ele, esperando que o público possa compreender e apreciar a verdadeira intenção por trás da cena.