Participação da banda de metal na abertura dos Jogos Olímpicos rendeu acusações de satanismo, mas músico se defende: 'É a história francesa'
O guitarrista e vocalista da banda francesa de heavy metal Gojira, Joe Duplantier, respondeu às acusações de satanismo imputadas ao grupo em entrevista à revista Rolling Stone. As acusações surgiram após a apresentação da banda na abertura da Olimpíada de Paris, na última sexta-feira.
Durante os cerca de três minutos da apresentação, realizada nas sacadas de um antigo edifício, houve fogo e figuras decapitadas de Maria Antonieta nas janelas.
“Não há nada de satânico” disse o músico, segundo informações do portal O Globo. “É história francesa. É o charme francês, sabe, pessoas decapitadas, vinho tinto e sangue por todo lugar. É romântico, é normal”, afirma, destacando que “a França é um país que fez uma separação entre o estado e a religião durante a revolução”.
“Isso é algo muito importante, muito caro à fundação da França republicana", explicou Duplantier, que completou: "Nós chamamos isso de “laïcité”. É quando o estado não é mais religioso e, então, é livre em termos de expressão e simbolismo. Tudo tem a ver com história e fatos. Nós não olhamos muito de perto para o simbolismo em termos de religião."
A apresentação do Gojira, porém, não foi o único momento da abertura das Olimpíadas que rendeu polêmicas. Muitos espectadores confundiram uma cena com uma zombaria da pintura bíblica “A Última Ceia” de Leonardo da Vinci. No entanto, o diretor de arte, Thomas Jolly, assegurou que a cena não tem conexão com o cristianismo.
"Há Dionísio que chega a esta mesa. Ele está lá porque é o deus da celebração na mitologia grega", declarou Jolly ao canal de notícias BFM-TV Sunday. "A ideia era ter uma celebração pagã conectada aos deuses do Olimpo. Você nunca encontrará em mim um desejo de zombar de ninguém", ressaltou.
