As marcas foram feitas por pelo menos 23 grupos diferentes e revelaram informações importantes sobre a divisão de gênero do homo sapiens
Em 2016, pesquisadores da Universidade Estadual Appalachian, dos Estados Unidos, foram responsáveis por identificar ao menos 408 pegadas humanas individuais na Tanzânia, mais especificamente à sombra do vulcão Ol Doinyo Lengai. Elas foram preservadas no lodo encontrado em Engare Sero.
A líder da primeira pesquisa sobre o local, a geóloga Cynthia Liutkus-Pierce, afirmou: “estes são Homo sapiens — somos nós; esta é literalmente a nossa história”. A declaração demonstra a importância da descoberta, que, recentemente, passou a ser objeto de estudo de uma nova equipe, conduzida pelo paleontólogo Kevin G. Hatala. Suas conclusões formaram um artigo que foi publicado na revista científica Nature.
Os pesquisadores explicam que se trata de "um conjunto notável de mais de 400 pegadas humanas de 23 grupos distintos”. Os caçadores-coletores que viveram entre 5.800 e 19.100 anos atrás realizavam caminhos diferentes na região, o que ficou expresso na maneira com que as pegadas foram marcadas no solo.
O estudo "captura um retrato único do comportamento de forrageamento — que é uma busca por comida — cooperativo e sexualmente dividido em humanos do Pleistoceno tardio”. Eles conseguiram definir as velocidades, a divisão dos grupos e até mesmo como eles estavam separados entre si.
Hatala afirma que muitos dos bandos estavam separados por sexo. Um dos subgrupos consistia praticamente em mulheres adultas. Já um dos grupos era formado por 14 mulheres adultas, que estavam caminhando com o mesmo ritmo. Estas foram acompanhadas, mais atrás, por dois homens e um jovem.
Os especialistas também perceberam que esses indivíduos normalmente andavam, em uma velocidade calculada entre 1,2 a 1,5 m/s, mas alguns deles corriam, estando em uma velocidade de 2,91m/s. As pessoas também tinham alturas distintas, que variavam entre 1,35 m e 1,83 m.