Descoberta chocou cientistas, uma vez que o satélite possui temperaturas baixíssimas, que só são apropriadas para água no estado sólido
Europa, que é uma das quatro maiores luas entre as 79 que orbitam Júpiter, possui vapor de água em um de seus hemisférios, segundo um estudo liderado pelo astrônomo sueco Lorenz Roth e divulgado pela NASA na última quarta-feira, 14.
A conclusão foi alcançada graças a mais de uma década de observações feitas através do Telescópio Hubble. Os dados foram coletados entre 1999 e 2015, e mostraram, de forma consistente, que o satélite costuma ter uma atmosfera de vapor.
É importante destacar que o fenômeno ocorre apenas em seu hemisfério superior. Este lado de Europa é aquele que está sempre virado na direção oposta de Júpiter, conforme repercutido pela revista Galileu.
A descoberta é espantosa quando se pensa na temperatura média do satélite, que é de 126 °C graus negativos nos dias mais quentes. Um clima assim tão frio não deveria permitir a presença de água no estado gasoso.
Os cientistas especulam que o gelo que cobre o corpo celeste esteja sublimando, isto é, tornando-se vapor antes de passar pelo estado líquido. O causador desse processo, no entanto, constitui um verdadeiro mistério até o momento.
O próximo desdobramento que poderá fornecer respostas a respeito da questão será o envio de sondas com destino a Júpiter. Entre elas, inclusive, está a Europa Clipper, uma missão que irá investigar especificamente a lua que a nomeia.
Infelizmente, no momento, ela não possui uma data de lançamento, e está prevista para acontecer simplesmente em algum momento antes de 2030.