Espécie nativa da América do Norte, coexistiu com os primeiros humanos e desapareceu há cerca de 10 mil anos; saiba mais!
A Colossal Biosciences, empresa conhecida por sua ambiciosa meta de ressuscitar espécies extintas, anunciou nesta segunda-feira, 7, um feito inédito: o nascimento dos primeiros lobos-terríveis (dire wolves) em mais de 10 mil anos. Segundo a companhia, esta é a primeira desextinção bem-sucedida da história.
Os três filhotes, geneticamente recriados a partir de DNA antigo extraído de fósseis, foram batizados de Rômulo, Remo e Khaleesi. Os dois primeiros nasceram em 1º de outubro de 2024, enquanto Khaleesi chegou em 31 de janeiro de 2025.
Atualmente, Rômulo e Remo estão com cinco meses e vivem em um centro de preservação da vida selvagem nos Estados Unidos.
Este momento marca não apenas um marco para nós como empresa, mas também um salto para a ciência, a conservação e a humanidade", declarou a Colossal em postagem nas redes sociais.
O lobo-terrível, espécie nativa da América do Norte, coexistiu com os primeiros humanos e desapareceu há cerca de 10 mil anos. Embora visualmente semelhante ao lobo-cinzento e ao chacal, o animal possuía uma linhagem genética distinta. Os registros mais antigos da espécie remontam a 250 mil anos atrás.
Para trazê-los de volta, a Colossal utilizou a tecnologia Crispr, conhecida como "tesoura genética", que permite a edição precisa de trechos do DNA.
A partir do genoma completo reconstruído com material genético datado de 11,5 mil a 72 mil anos, a equipe conseguiu realizar as modificações necessárias para criar células compatíveis com a espécie extinta.
A Colossal, fundada em 2021, tem como missão reviver espécies desaparecidas como parte de um esforço para restaurar ecossistemas e combater as mudanças climáticas. Em março de 2025, a empresa já havia anunciado outro avanço: a criação de camundongos geneticamente modificados com pelos semelhantes aos dos mamutes-lanosos.
Diferente dos experimentos anteriores, o nascimento dos lobos-terríveis marca a primeira vez que uma espécie extinta retorna com todas as suas características originais. Segundo os cientistas da empresa, o objetivo vai além da inovação científica: trata-se de uma estratégia para reequilibrar o meio ambiente.
Com o aquecimento global acelerando o degelo do permafrost na tundra da Sibéria e da América do Norte — e, com isso, liberando grandes volumes de dióxido de carbono —, a Colossal acredita que espécies como o mamute podem ajudar a restaurar pastagens, remover musgo, derrubar árvores e fertilizar o solo, contribuindo para a retenção de carbono.
O projeto já atraiu bilhões de dólares em investimentos. Atualmente, a empresa está avaliada em cerca de US$ 10 bilhões (aproximadamente R$ 58 bilhões na cotação atual), sinal de que a desextinção não é apenas uma fantasia científica, mas um setor em expansão com ambições reais de impacto ambiental e econômico.