Ataque a bomba em Brasília trouxe à tona discussões sobre os atos golpistas de 8 de janeiro; saiba o que aconteceu com o monumento
O atentado a bomba ocorrido na noite da última quarta-feira, 13, em Brasília, tem levantado discussões sobre segurança pública, radicalização política e terrorismo doméstico no Brasil.
Francisco Wanderley Luiz, conhecido como Tiü França, foi candidato a vereador de Rio do Sul (SC) em 2020 pelo Partido Liberal (PL). Ele se bombardeou no estacionamento do Supremo Tribunal Federal (STF) em meio a uma sequência de três explosões na região da esplanada, morrendo no local.
Outra questão reverberada pelo atentado diz respeito aos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Analistas políticos e jornalistas preveem que o ataque de Francisco tenha decretado o fim do debate sobre a possibilidade de anistia dos terroristas que participaram do movimento antidemocrático.
Considerando que Brasília conta com um grande patrimônio público, outra questão levantada diz respeito à preservação dos monumentos da esplanada. Felizmente, as estátuas não sofreram danos.
Os monumentos públicos da esplanada, entretanto, foram alvos de vandalismo e depredação nos ataques de 8/1.
A escultura "A Justiça", de Alfredo Ceschiatti, foi uma das obras de arte vandalizadas durante os ataques aos prédios governamentais em Brasília. Criada pelo renomado artista mineiro, a estátua foi inaugurada em 1961 e está situada em frente ao Supremo Tribunal Federal.
A obra, de mais de três metros de altura e esculpida em granito, retrata a figura de Têmis, a deusa grega da justiça, que aparece sentada e de olhos vendidos, segurando uma espada no colo, sem a balança, como é costume nas representações tradicionais.
A escultura foi pichada com a frase "Perdeu, mané", em alusão a uma resposta dada pelo ministro do STF Luís Roberto Barroso a um apoiador do ex-presidente Bolsonaro, que o questionou sobre as urnas eletrônicas brasileiras em Nova York, em novembro de 2022.
Alfredo Ceschiatti, nascido em Belo Horizonte em 1918, foi escultor, desenhista e professor, formado pela Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro. Como um dos principais colaboradores de Oscar Niemeyer, ele contribuiu com a criação de monumentos, palácios e outras obras importantes em Brasília, consolidando sua importância no cenário artístico.