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Notícias / Artefatos

Museu Britânico recebe doação recorde de R$ 7 bilhões em cerâmica chinesa

Peças pertenciam à Fundação Sir Percival David de Arte Chinesa, notória por manter um grande acervo de artefatos das dinastias do país

Redação Publicado em 14/11/2024, às 18h18

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Xícara chinesa com gravura de galo - Divulgação/The Trustees of the British Museum
Xícara chinesa com gravura de galo - Divulgação/The Trustees of the British Museum

O Museu Britânico recebeu uma doação histórica: uma coleção de cerâmica chinesa avaliada em aproximadamente £ 1 bilhão (R$ 7.3 bilhões), tornando-se o presente de maior valor já dado a um museu no Reino Unido.

Composta por 1.700 peças que datam do século 3 ao século 20, uma coleção foi oficialmente doada pelos curadores da Fundação Sir Percival David, após anos em empréstimo ao Museu de Londres.

Com essa adição, o Museu Britânico se consolida como uma das instituições com o acervo mais significativo de cerâmica chinesa fora do mundo de língua chinesa, totalizando cerca de 10.000 itens.

Em entrevista ao 'The Guardian', o presidente do museu, George Osborne, celebrou o gesto, chamando-o de um "voto de confiança" para o futuro da instituição e destacando que ele coincidiu com um momento de grande renovação para o museu.

O acervo

A produção de porcelana na China remonta a 600 d.C., com peças sofisticadas destinadas à corte imperial, ao mercado local e à exportação.

Sir Percival David, o colecionador visionário que reuniu esse acervo, foi um empresário britânico apaixonado pela arte chinesa e se dedicou a buscar cerâmicas raras na Europa, Japão, Hong Kong e China. Até sua morte em 1964, ele manteve seu objetivo de exibir a coleção ao público.

Em 1952, David expôs sua visão sobre a função dos colecionadores, afirmando que eles fornecem materiais essenciais para críticos e especialistas em arte, tornando-se pioneiros em identificar peças defeituosas ou com artes "problemáticas".

Detalhe impressionante de cerâmica chinesa - The Trustees of the British Museum

Entre os destaques da coleção estão os famosos "Vasos de David" de 1351, que influenciaram os estudos de cerâmica azul e branca, além de uma "taça de frango" do século 15, usada para servir vinho ao imperador Chenghua, e raras peças da corte da dinastia Song do Norte, datadas de 1086.

O artista Edmund de Waal, famoso por seu trabalho com porcelana, como o acervo de David teve um impacto duradouro em ceramistas e estudiosos. Ao 'The Guardian', De Waal recorda que, aos 16 anos, teve a sua primeira experiência com essa coleção, o que moldou a sua carreira e influenciou várias gerações: "Quem sabe quem terá sua vida transformada?".

A relação de David com o Museu Britânico começou em 1929, quando doou um santuário Ming. Colin Sheaf, presidente da Fundação Sir Percival David de Arte Chinesa, disse ao 'The Guardian': "É significativo que, no centenário da primeira visita de David à China, a coleção encontre seu lar permanente no Museu Britânico, cumprindo a missão da fundação e atraindo milhões".