A cerâmica tem 1,3 mil anos e intriga pesquisadores desde sua descoberta
Em 1997, uma peça de cerâmica chinesa com um cavalo foi doada por um colecionador ao Museu de Arte de Cincinnati. Datada de dinastia Tang — que reinou a China entre os séculos 7 e 10 —, a escultura intrigou pesquisadores e especialistas do museu, visto um detalhe muito inusitado em si: o cavalo possuía um chifre, assim como os mitológicos unicórnios.
De acordo com Hou-mei Sung, curadora de arte asiática do museu, esculturas de cavalos que participavam de performances para imperadores são comuns, mas nenhuma outra havia sido encontrada antes com um chifre. "Eu acreditava que era um erro. A borla não estava na posição certa", afirmou a especialista em um comunicado, e ainda acrescentou: "essas peças são tão antigas. Elas geralmente passam por muitos reparos."
Então, para finalmente descobrir a origem do detalhe na testa do animal, Sung contou com a ajuda do professor de química da Escola de Artes e Ciências da Universidade de Cincinnati, Pietro Strobbia.
Por meio de algumas pesquisas divulgadas em setembro deste ano, logo, puderam constatar que o adereço foi colocado posteriormente e não era, de fato, parte da escultura original.
Para poder realizar uma pesquisa mais aprofundada sobre a escultura de cavalo da dinastia Tang, os cientistas precisaram extrair 11 pequenas amostras da peça, que logo passaram por processos de análise química, molecular e mineralógica. Para a avaliação final, técnicas como difração de raios X em pó, cromatografia iônica e espectroscopia Raman.
A partir disso, então, os pesquisadores descobriram que o adereço que se encontrava na testa do animal se tratava, de fato, de outro material. Enquanto o restante da escultura era de terracota, o chifre era de gesso, o que indicava que havia sido colocado posteriormente.
Após a descoberta, por fim, os especialistas decidiram por remover o detalhe do cavalo dançante. Além disso, também concluíram que a estátua teria passado, anteriormente, por outros dois processos de restauração. O estudo de toda a pesquisa foi publicado na Heritage Science.