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Notícias / John Lennon

John Lennon guardava sarcófago de 3.000 anos na sala de casa

Em livro, amigo íntimo de Lennon e Yoko Ono relembra que ex-beatle tinha um sarcófago egípcio de 3 mil anos — a última múmia autorizada a deixar o Egito

Felipe Sales Gomes, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 14/04/2025, às 18h15 - Atualizado em 19/04/2025, às 15h24

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O astro John Lennon - Getty Images
O astro John Lennon - Getty Images

Em 1973, John Lennon e Yoko Ono adquiriram o apartamento 72 no Edifício Dakota, em Nova York — que ficaria eternizado na história como o local onde o ex-beatle seria assassinado anos depois, logo na entrada. 

A residência, com 450 metros quadrados e vista panorâmica para o Central Park, tornou-se um refúgio de silêncio e contemplação para o casal, especialmente no espaço mais simbólico do lar: o Salão Branco.

Decorado inteiramente por Yoko, o cômodo seguia a estética minimalista shibui, inspirada na tradição japonesa. Era um ambiente quase etéreo, todo branco, onde repousava um piano de cauda Steinway igualmente branco — o mesmo que Lennon tocou no clipe de Imagine

Coleção inusitada

Mas, apesar da simplicidade intencional, havia um único objeto que destoava e chamava atenção: uma caixa de acrílico sobre um pedestal branco, com cerca de 1,5 metro de comprimento. Dentro dela, um sarcófago egípcio de 3 mil anos.

Segundo Elliot Mintz, radialista americano e amigo íntimo do casal, o artefato foi a última múmia autorizada a deixar o Egito antes que o governo local proibisse a exportação de antiguidades. 

A história está relatada no livro 'John, Yoko e Eu' (Editora Sextante), em que Mintz lembra ter sugerido que o casal fizesse um raio-x no sarcófago — quem sabe, pensou, poderia haver joias ou ouro escondidos ali. Mas a resposta de Yoko foi direta: "A coisa mais valiosa ali é a magia da múmia".

O fascínio do casal por arte e misticismo é conhecido. Yoko Ono, inclusive, é dona de uma das mais valiosas coleções particulares de arte do mundo. 

Entre suas obras, estão oito pinturas de René Magritte — uma delas desejada pelo próprio governo francês —, além de trabalhos de Fernand Léger, Tamara de Lempicka, e gravuras assinadas por Andy Warhol representando Lennon e Yoko.

No Dakota, a mistura entre arte, espiritualidade e história se manifestava em cada escolha. Mas nenhuma tão insólita e carregada de simbolismo quanto o antigo sarcófago, guardado no coração de um salão branco de silêncio absoluto.