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Notícias / Arqueologia

Marcas em esqueleto sugerem que gladiador teria sido morto em combate com leão

De acordo com novo estudo, um homem, possivelmente um gladiador romano, teria sido morto em combate com leão há cerca de 1,8 mil anos

por Giovanna Gomes
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Publicado em 24/04/2025, às 07h45

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Pintura romana representando combate entre leão e homem e ossos analisados em estudo - Divulgação/Plos One
Pintura romana representando combate entre leão e homem e ossos analisados em estudo - Divulgação/Plos One

Um estudo publicado nesta quarta-feira, 23, na revista científica PLOS One sugere que um homem, possivelmente um gladiador romano, foi atacado até a morte por um leão há cerca de 1,8 mil anos. A hipótese se baseia na análise de marcas encontradas em seu esqueleto, descoberto em um cemitério na atual cidade de York, na Inglaterra — local onde já foram encontrados outros possíveis gladiadores.

Embora o contexto da sepultura fortaleça a teoria de que ele teria sido um guerreiro, alguns pesquisadores levantam dúvidas, considerando que o homem pode ter sido, na verdade, um prisioneiro condenado. Os ossos indicam que ele foi decapitado no momento da morte ou logo após, possivelmente como forma de pôr fim ao sofrimento ou em cumprimento a práticas da época, conforme apontam os autores do estudo.

De acordo com a revista Galileu, as marcas de mordida — profundas e de formato compatível com um grande felino — reforçam a tese de que o ataque foi feito por um leão. O esqueleto, de um homem entre 26 e 35 anos, foi escavado entre 2004 e 2005. Segundo os pesquisadores, ele pode ter sido tanto um gladiador treinado para enfrentar feras quanto um prisioneiro lançado indefeso ao animal.

“A decapitação desse indivíduo foi provavelmente para acabar com seu sofrimento no momento da morte ou para se adequar à prática da época”, escreveram os autores. O cemitério onde foi encontrado apresenta indícios de traumas cicatrizados em outros restos mortais, sugerindo envolvimento em combates recorrentes, conforme relatou Timothy Thompson, um dos autores, ao site Live Science.

Controvérsias

O artigo descreve essa descoberta como "a primeira evidência física de combate de gladiadores entre humanos e animais do período romano vista em qualquer lugar da Europa". No entanto, há controvérsias.

Pesquisadores externos ao estudo, como Alfonso Mañas, da Universidade da Califórnia, argumentam que o homem não poderia ser classificado como gladiador, já que, no Império Romano, quem enfrentava feras eram prisioneiros ou lutadores específicos, não os gladiadores tradicionais.

Ele também questiona a identificação do animal agressor, sugerindo que as marcas poderiam ter sido feitas por lobos, nativos da Grã-Bretanha, em vez de por um leão. A equipe do estudo, porém, defende que o felino teria sido levado do norte da África, já que grandes felinos não faziam parte da fauna local.