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Nova Déli exige que todos cidadãos do Paquistão deixem a Índia até 29 de abril

Ataque a civis em Pahalgam, na Caxemira, provocou uma reação em cadeia com expulsões, fechamento de fronteiras e ameaça ao Tratado das Águas do Indo

Luiza Lopes Publicado em 24/04/2025, às 08h55

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Indianos realizam protestos anti-Paquistão após ataque na Caxemira - Getty Images
Indianos realizam protestos anti-Paquistão após ataque na Caxemira - Getty Images

Todos os cidadãos do Paquistão que estão na Índia devem deixar o país até 29 de abril, anunciou o Ministério das Relações Exteriores em Nova Déli nesta quinta-feira, 24. A decisão marca um agravamento significativo da crise diplomática entre os dois vizinhos, após um ataque violento na Caxemira sob controle indiano.

Na terça-feira, 22, homens armados abriram fogo contra turistas em Pahalgam, um popular destino na região montanhosa disputada pelas duas nações. Segundo autoridades indianas, ao menos 24 pessoas morreram. A polícia descreveu o incidente como o "pior ataque contra civis em anos". Nenhum grupo assumiu a autoria até o momento.

Em resposta, o governo indiano anunciou a suspensão unilateral do Tratado das Águas do Indo, acordo firmado em 1960 com mediação do Banco Mundial para o uso compartilhado do rio Indo. Também fechou a única passagem terrestre entre os países, informou a AFP.

A Índia acusa "elementos transfronteiriços" de estarem por trás do massacre. A polícia divulgou os nomes de três suspeitos, dois deles supostamente paquistaneses, mas Nova Déli não apresentou provas nem forneceu mais detalhes sobre a investigação. O primeiro-ministro Narendra Modi prometeu que os responsáveis "serão levados à Justiça".

Já o Paquistão respondeu com a suspensão de seu espaço aéreo para companhias indianas e rejeitou formalmente a suspensão do tratado hídrico. Em nota, o governo afirmou que qualquer tentativa de interromper ou desviar o fluxo das águas destinadas ao país será considerada um "ato de guerra", e que qualquer ameaça à soberania será respondida “com firmes medidas recíprocas em todos os domínios".

Disputa histórica

A Caxemira é uma região montanhosa localizada no norte do subcontinente indiano, cuja disputa territorial remonta à independência de ambos os países do domínio britânico em 1947. 

Naquela época, os estados principescos, como Jammu e Caxemira, tinham a opção de se unir a uma das duas nações recém-criadas. Apesar de ter uma população majoritariamente muçulmana, o marajá hindu Hari Singh optou por aderir à Índia, após invasões de tribos apoiadas pelo Paquistão.

Essa escolha deu início à primeira guerra entre os vizinhos (1947-1948), e resultou na divisão da região: cerca de dois terços sob controle indiano e o restante sob administração de Islamabad.

Desde então, a Caxemira foi palco de outras duas guerras entre os dois países, em 1965 e 1999, além de inúmeros confrontos armados. A partir de 1989, insurgências separatistas passaram a atuar com mais intensidade, defendendo ora a independência, ora a unificação com o Paquistão.

Segundo a agência Reuters, Nova Déli atribui a origem desses movimentos ao apoio fornecido por Islamabad, o que é negado pelo governo paquistanês, que alega apenas defender o direito de autodeterminação do povo caxemir.