No documentário "O Caso dos Irmãos Menendez", da Netflix, uma figura chama atenção nos julgamentos de Lyle e Erik: Stanley Weisberg
Redação Publicado em 09/10/2024, às 13h00
No documentário "O Caso dos Irmãos Menendez", exclusivo da Netflix, uma figura se destaca: o juiz Stanley Weisberg. Ele foi o responsável por julgar o caso de Lyle e Erik Menendez,que assumiram ter assassinado os próprios pais, José e Kitty, em 1989.
Em janeiro de 1994, os dois júris encarregados dos casos dos irmãos Menendez não conseguiram chegar a um veredicto unânime, levando o juiz a declarar anulação dos julgamentos.
Com base na recomendação do estado, foi decidido realizar um novo julgamento. Erik e Lyle Menendez permaneceram na prisão do Condado de Los Angeles por mais 19 meses até o início do novo julgamento em outubro de 1995.
Durante o primeiro julgamento, uma câmera foi permitida no tribunal e foram ouvidas 101 testemunhas, metade delas em defesa dos acusados. Entre essas testemunhas estavam membros da família Menendez, amigos e profissionais médicos que corroboravam as acusações de abuso sexual contra José Menendez.
No novo julgamento, entretanto, o juiz permitiu apenas a participação de metade dessas testemunhas, decisão que muitos acreditam ter prejudicado os irmãos Menendez em busca de uma condenação mais branda.
Ele havia sido nomeado para o tribunal em 1986 pelo então governador George Deukmejian e teve uma carreira marcada por casos de grande repercussão. Além dos julgamentos dos irmãos Menendez, ele também presidiu o caso do espancamento de Rodney King, um homem negro, por policiais de Los Angeles.
Em ambos os casos notórios, suas decisões foram controversas. No caso Rodney King, ele limitou a cobertura midiática e enfrentou críticas por absolver quatro policiais envolvidos, resultando nos tumultos de Los Angeles em 1992.
No contexto do novo julgamento dos Menendez, Weisberg optou por impedir depoimentos de especialistas em abuso que sustentassem a defesa, que alegava que os irmãos foram abusados durante anos pelos próprios pais.
Ele argumentou que não havia base legal para aplicar tal defesa no caso dos irmãos Menendez como "crianças maltratadas", explicou o Los Angeles Times naquele ano. O promotor assistente David Conn substituiu Pamela Bozanich neste segundo julgamento e sustentou que as circunstâncias alegadas pelos réus não eram juridicamente equiparadas à defesa utilizada.
Após uma longa carreira, o juiz Stanley Weisberg aposentou-se em 11 de abril de 2008, aos 64 anos.
