Descoberta surpreendente revela que nossos ancestrais distantes possuíam habilidades manuais mais complexas do que se imaginava
Uma pesquisa inovadora, liderada por cientistas da Universidade Eberhard Karls de Tübingen, está revolucionando nossa compreensão sobre a evolução humana. Ao analisar fósseis de mãos de diferentes espécies de Australopithecus, os pesquisadores concluíram que esses antigos hominídeos eram capazes de realizar tarefas manuais complexas, desafiando a noção de que a habilidade de fabricar ferramentas era exclusiva do gênero Homo.
Tradicionalmente, acreditava-se que as mãos dos Australopithecus eram pouco desenvolvidas para a manipulação de objetos. No entanto, uma análise detalhada da musculatura e dos ossos da mão revela que algumas espécies, como o A. sediba, possuíam uma anatomia surpreendentemente semelhante à dos humanos modernos, com um polegar e um mindinho fortes que permitiam uma preensão precisa.
Segundo o 'Archaeology News', essa descoberta indica que esses hominídeos já eram capazes de realizar tarefas que exigiam força e coordenação, como a fabricação de ferramentas.
Apesquisadora principal, Jana Kunze, destaca a importância da coevolução do polegar e do mindinho para o desenvolvimento da destreza manual e para a evolução cultural dos hominídeos. Essa base anatômica, presente em espécies como o A. sediba, preparou o terreno para o surgimento de habilidades ainda mais sofisticadas nas espécies do gênero Homo.
A descoberta de ferramentas de pedra de 3,3 milhões de anos, associadas ao A. afarensis, corrobora a hipótese de que esses hominídeos já utilizavam ferramentas. Embora não haja evidências diretas ligando o A. afarensis às ferramentas de Lomekwi, as adaptações em sua anatomia da mão sugerem que ele era capaz de manipular objetos de forma similar aos humanos.